A perder população e com muitos projetos adiados, a Extremadura espanhola “virou à direita” nas últimas eleições autonómicas e é o espelho do voto de protesto. O acordo do PP com o VOX, para a junta de Extremadura, divide opiniões, depois de uma longa governação socialista que sai de cena.
Divididas como os votos, as opiniões revelam um misto de esperança, frustração e alguma preocupação. Para os empresários, desta Extremadura que virou à direita, faz falta outra visão.
Para Diego Pavón, da Confederação de Empresários da Extremadura, o Governo Regional deve “captar” a revolução industrial e empresarial que a região está a viver.
Linha férrea é ponto de discórdia
Sem tabus, que venha investimento e, por fim, novas vias de comunicação há muito prometidas e desejadas. Os habitantes da Extremadura, entende António Salas, economista, estão frustrados e desconfiados relativamente à concretização da linha férrea.
Há um ano, o Rei e presidente de Governo inauguravam a linha de alta velocidade Badajoz-Madrid, aquela que há de um dia ligar a Lisboa. Um falhanço que é visto como um dos pontos para a falta de confiança no crónico Governo Regional socialista.
VOX tem a pasta da floresta e do mundo rural
Para o economista, o plano da aliança PP/VOX, com o VOX a ditar regras e com a pasta da floresta e mundo rural, só tem, para já, vantagens. António Salas entende também que o VOX “não é um partido fascista” e que o “fascismo é uma coisa muito diferente”.
Para o Governo Regional, o PSOE ganhou por pouco, tanto que empatou em mandatos, o que não chegou para acordar Governo.
Anselmo Solana, que preside a uma plataforma de associações de moradores que representa mais de 100 mil pessoas, entende que o problema do partido que agora chegou ao poder são os ideais e que a culpa de o mesmo ter destaque é do Partido Popular e dos pactos realizados.
Legislativas são já este domingo
Agora para as legislativas, até domingo segue campanha, numa região envelhecida, onde o despovoamento, desde 2019, já fez perder um deputado para nove, na Câmara de um congresso que leva 350.