Os procuradores da Rússia pediram esta quinta-feira uma sentença de 20 anos numa “colónia penal” para o político da oposição russa Navalny, preso por acusações que incluem extremismo, de acordo com o tribunal que ouviu seu julgamento, informou a agência de notícias estatal TASS.
O veredicto será anunciado a 4 de agosto, segundo cita a TASS.
Navalny está a ser julgado desde o mês passado, a portas fechadas, na colónia penal IK-6 em Melekhovo, cerca de 235 quilómetros a leste de Moscovo, onde já cumpre sentenças de 11 anos e meio por fraude e outras acusações que o próprio diz serem falsas e que foram para silenciá-lo.
O oponente mais proeminente e vocal do presidente Vladimir Putin enfrenta uma série de novas acusações, que ele diz serem igualmente fabricadas para mantê-lo fora da vida política.
Os registos do tribunal mostram que essas acusações se relacionam com seis artigos diferentes do código penal russo, incluindo incitar e financiar atividades extremistas e criar uma organização extremista.
A Rússia proibiu a organização da campanha de Navalny como parte de uma repressão à dissidência que começou bem antes do conflito na Ucrânia e se intensificou nos quase 17 meses desde seu início.
O Kremlin nega ter perseguido Navalny e diz que o seu caso é uma questão para os tribunais.
Os colaboradores de Navalny referem que o recluso tem sido submetido a um tratamento "muito severo" e foi sujeito pela 16ª vez à "célula disciplinar" onde as condições de vida são particularmente precárias.
Um outro oposicionista do regime do Kremlin, Vladimir Kara-Mourza, foi condenado no passado mês de abril a 25 anos de cadeia "por alta traição".
Em dezembro do ano passado, outro oposicionista, Ilia Iachine, foi sentenciado a oito anos e meio de prisão por ter criticado a ofensiva russa contra a Ucrânia.