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Coreia do Sul recebe outro submarino dos EUA de propulsão nuclear

A chegada do submarino ocorre após vários testes de armamento norte-coreanos e também três dias antes do 70.º aniversário do fim da Guerra da Coreia, um aniversário que está a ser celebrado com pompa na Coreia do Norte.

Coreia do Sul recebe outro submarino dos EUA de propulsão nuclear
AP

Um submarino nuclear norte-americano chegou esta segunda-feira à ilha sul-coreana de Jeju (sudoeste), três dias depois de outro submergível de Washington ter deixado o porto de Busan (sudeste), disseram as autoridades.

O USS Annapolis chegou a Jeju para recarregar provisões, disse o porta-voz da marinha sul-coreana, Jang Do-yeong, numa conferência de imprensa.

A chegada do submergível ocorre numa altura marcada pelos recentes testes de armamento norte-coreanos e pela recente visita do USS Kentucky, que, ao contrário do Annapolis, tem capacidade para lançar mísseis nucleares.

O Kentucky deixou a Coreia do Sul na sexta-feira. Jang acrescentou que "as autoridades de defesa da República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] e dos EUA estão em consultas" sobre a possibilidade de as marinhas dos dois países realizarem exercícios conjuntos para aproveitar a visita do Annapolis.

A chegada do submarino ocorre também três dias antes do 70.º aniversário do fim da Guerra da Coreia (1950-53), um aniversário que está a ser celebrado com pompa na Coreia do Norte, onde uma enorme parada militar está planeada há meses em Pyongyang.

Em editorial, o Rodong, principal jornal do país, afirmava esta segunda-feira, antes do importante aniversário, que "não pode haver limites para o reforço do poder militar" norte-coreana, para garantir a autodefesa do país.

Depois do fracasso das conversações de desnuclearização de 2019, as tensões voltaram a disparar na península coreana, com Pyongyang a rejeitar qualquer oferta de diálogo e a realizar um número recorde de testes de mísseis, e Seul e Washington a retomarem os principais exercícios conjuntos e a colocarem regularmente meios estratégicos dos EUA na região.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito terminou em 1953 com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.