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Incêndios no Mediterrâneo: quase todos os países são afetados

Em Itália, as chamas já mataram quatro pessoas. Na Argélia, há dezenas de vítimas. As temperaturas de 40ºC e os ventos fortes continuam a dificultar o trabalho dos bombeiros.

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Quase todos os países da bacia do Mediterrâneo com áreas florestais vivem uma situação idêntica à da Grécia, que há nove dias enfrenta uma “guerra” contra os incêndios.

Em Itália, no sul da Sicília, dezenas de automobilistas escaparam por milagre ao túnel de fogo que engoliu uma autoestrada. Na Catânia, as chamas arrasaram as propriedades de Vignagrande e destruíram um dos vinhedos mais antigos da maior ilha italiana.

Já na cidade de Palermo, os habitantes vivem há dias com o coração nas mãos. Os arredores da capital são uma imensidão de terra queimada. Um dos fogos florestais destruiu terça-feira o convento de Santa Maria de Jesus, local especial de devoção dos sicilianos e património religioso do século XV.

No continente, a situação é ainda considerada grave no sul de Itália. Na Calábria e na Apúlia foram retirados centenas de turistas de alojamentos e hoteis. As câmaras térmicas indicam no solo temperaturas superiores a 50ºC.

O governo de Roma pondera declarar estado de emergência nas regiões mais afetadas pelos incêndios que mataram já quatro pessoas.

Croácia, Turquia, Síria e Argélia também afetados

Na Croácia, queixam-se os bombeiros de Dubrovnik. A pérola do Adriático permanece cercada por um fogo florestal com várias frentes e que fez explodir já minas das guerras do fim da Jugoslávia.

Na Turquia, entre quarenta meios aéreos, há aviões russos destacados para combater as chamas que devastam áreas florestais com centenas de hectares na província de Antália. No terreno, e pelo segundo dia, andam mais de seiscentos bombeiros.

Já na Síria, sofrem milhares de pessoas com os fogos declarados na província costeira de Lataquia.

Mas é na Argélia que o balanço é mais trágico. Os sobreviventes falam em línguas de fogo que explodiram, de repente, como um maçarico. A região montanhosa da Cabília chora a morte de 34 pessoas.

Dezenas de feridos, 1.500 deslocados e aldeias destruídas é o balanço das autoridades de Argel.

Quase todos os países da bacia do Mediterrâneo sofrem neste momento com os fogos florestais, agravados por temperaturas superiores a 40 graus e ventos de cem quilómetros por hora.