Há lusodescendentes desaparecidos no Havai por causa dos violentos incêndios que destruíram grande parte da ilha de Maui. A informação foi avançada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas até ao momento não foi divulgada qualquer lista com o nome ou a proveniência das vítimas. As comunicações continuam a ser um problema e muitos portugueses ainda não conseguiram comunicar com os familiares ou amigos.
Fátima Cameron nasceu nos Açores, mas vive no Havai. Em décadas de vida testemunhou, quer num arquipélago quer no outro, o grau de destruição que se verificou na ilha de Maui desde a passada terça-feira.
"Claro que tínhamos sido avisados que ia haver muito vento, acho que estava a 140 km/hora. Era uma coisa horrível. Os postes de eletricidade caíram em cima de árvores. Era um pesadelo. Era fogos por toda a parte", relata.
Fátima e a família tiveram de retirados de casa na madrugada de quarta-feira.
"É um susto enorme quando a polícia vem à porta e diz que temos de sair", conta.
O vento, a falta de humidade de um território a sofrer uma seca que há vários meses e os fogos fizeram do paraíso um inferno, sobretudo em Lahaina, antiga capital do Havai, que foi praticamente apagada do mapa.
Casal lusodescendente incontactável
Ainda não é possível saber o número exato de vítimas mortais.
Centenas de pessoas permanecem incontactáveis, nomeadamente um casal de lusodescendentes, conhecidos de Fátima e residentes na cidade.
Fátima diz não ter dúvidas que muitos dos afetados serão lusodescendentes da imensa comunidade emigrada há mais de um século nas ilhas.