A Presidente da Câmara de Calais no norte de França culpa o Governo britânico pela má gestão no acolhimento de refugiados. O governo francês prefere apontar responsabilidades às redes de tráfico ilegal numa altura em que ainda há pessoas desaparecidas no Canal da Mancha.
Um dia depois do naufrágio do barco sobrelotado de migrantes no canal da Mancha começam a ser conhecidas as identidades das seis vítimas mortais: quase todos afegãos ou sudaneses na casa dos 30 anos, que arriscaram a vida para fazer uma das vias marítimas mais perigosas do mundo devido às fortes correntes e a tempo instável.
Ao todo foram resgatados cerca de 60 migrantes, quase 40 do lado francês e mais de 20 pela guarda costeira britânica, mas ainda haverá pessoas desaparecidas.
O governo francês foi a Calais aferir as operações e as responsabilidades. Já a autarca de Calais vai mais longe na atribuição de culpas e aponta o dedo ao outro lado do canal da Mancha ao governo britânico
Só este ano, quase 16 mil migrantes já fizeram a travessia, segundo o governo britânico e no ano passado os números bateram recordes desde que as autoridades começaram a fazer a contagem.
Mais de 40 mil pessoas atravessaram ilegalmente este estreito. Um aumento de 70% de um ano para o outro, que levou França e Reino Unido a assinarem um acordo para reforçar a vigilância na fronteira marítima.
Londres passou a pagar mais pelo esforço Francês para impedir o embarque dos migrantes em Calais e no norte de França, mas as associações dizem que só está a alimentar ainda mais o fluxo ilegal de imigrantes.