Mundo

Só em três meses, EUA deportaram mais de 145 mil migrantes na fronteira com o México

As novas regras impostas pelo governo de Joe Biden dificultam a solicitação de asilo nos EUA. Apesar das restrições, o número de migrantes a tentar cruzar a fronteira sul aumentou no mês passado.

Só em três meses, EUA deportaram mais de 145 mil migrantes na fronteira com o México
Eric Gay

Os Estados Unidos deportaram mais de 145.000 migrantes que chegaram à fronteira com o México nos últimos três meses, divulgou esta sexta-feira um porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês).

Desde 12 de maio, quando começaram a vigorar as novas regras impostas pelo governo de Joe Biden, as autoridades de imigração expulsaram centenas de milhares de pessoas que cruzaram a fronteira irregularmente e que não correspondiam aos novos requisitos para solicitar asilo.

O porta-voz do DHS, Luis Miranda, sublinhou, numa conferência de imprensa telefónica, que os EUA continuam "a impor consequências a quem não tem base legal" para permanecer no país.

Novas regras não travam migrantes

As novas regras tornam difícil, para quem se desloca por via terrestre para a fronteira com o México, solicitar asilo nos EUA, a não ser que marque uma consulta através de uma aplicação móvel ou tenha sido negada a proteção num terceiro país.

Apesar destas restrições, o número de migrantes a tentar cruzar a fronteira sul aumentou no mês passado, adiantou o DHS.

Luis Miranda destacou que esse aumento ocorreu em parte devido a um "aumento do número de famílias, especialmente de países como a Guatemala", que chegam à fronteira sul dos Estados Unidos.

"Todos os dias temos visto que mais ou menos metade das pessoas que chegam são famílias", referiu o porta-voz, que, no entanto, não forneceu dados precisos sobre quantas foram detidas pelas autoridades de imigração dos Estados Unidos.

O jornal Washington Post anunciou no início do mês que mais de 130.000 pessoas foram detidas na fronteira com o México, segundo dados do DHS que ainda não foram divulgados.

Os números representam um aumento de mais de 30% em relação a junho, onde foram registadas 99.545 detenções.