Vai ser a maior busca em 50 anos por movimentos e sons inexplicáveis. O protagonista é o lendário monstro de Loch Ness. Centenas de cientistas e entusiastas amadores (de todo o mundo) juntam-se este fim de semana para tentar encontrar aquilo que há décadas não têm conseguido no lago que fica Escócia, no Reino Unido.
Foi há 90 anos que a história começou a correr mundo. Aldie Mackay, gerente do hotel Drumnadrochit, perto do lago, garantiu aos clientes de um bar ter visto um "grande monstro aquático" no Ness.
Desde aí que a existência de um "monstro" - apelidado de Nessie - nas profundezas do lago da Escócia permanece um mistério. Há décadas que cientistas e entusiastas amadores se esforçam para encontrar provas de um grande peixe ou réptil marinho pré-histórico.
Será desta que provam a existência de Nessie? A "caçada" permanente, presencial e online, por sinais na água e movimentos inexplicáveis promete ser a maior desde que o Loch Ness Investigation Bureau estudou o lago, em 1972.
A "gigantesca observação" junta entusiastas de todo o mundo, que durante dois dias vão recorrer a equipamentos nunca antes utilizados, como drones com infravermelhos e um hidrofone para detetar sinais acústicos debaixo de água.
Número de reservas "inacreditável"
"Desde que abrimos o Loch Ness Exploration, sempre foi o nosso objetivo registar, estudar e analisar todos os tipos de comportamentos e fenómenos naturais e outros que podem ser mais difíceis de explicar", diz Alan McKenna, da Loch Ness Exploration.
A busca foi organizada pelo The Loch Ness Centre, localizado no antigo hotel Drumnadrochit, em parceria com a equipa de investigação Loch Ness Exploration (LNE).
Com vagas limitadas, os participantes podem também entrar na água e explorar as profundezas do lago, participar em palestras únicas ou ainda fazer cruzeiros Premium Deepscan, em que podem usar um hidrofone para ouvir possíveis ruídos.
O interesse pela lenda levou a um "inacreditável" número de reservas este verão. Os hotéis na região do lago que fica nas Terras Altas da Escócia quase não têm vagas.
Fraser Campbell, novo proprietário do hotel Drumnadrochit, diz que os hotéis e as atrações turísticas estão a "trabalhar juntos" e realça que a região tem mais a oferecer:
"De um lado, temos a montanha mais alta do Reino Unido e do outro as maiores áreas de água doce. É um lugar incrível e cada estação é diferente".
Loch Ness
Ao longo das décadas foram várias as pessoas que disseram ter visto o monstro de Loch Ness. As investigações e teorias sobre a "criatura" foram muitas.
O mistério atravessou fronteiras há 90 anos, despertando desde aí o interesse de pessoas de todo o mundo. No entanto, a primeira lenda sobre o lago remonta à Idade Média, quando um monge irlandês disse ter encontrado um "monstro aquático".
Já depois de Aldie Mackay ter garantido que viu um "grande monstro aquático" no Ness, em 1972 aconteceu a maior busca de sempre por Nessie.
No final da década de 80, uma investigação disse ter encontrado um "objeto não identificado de tamanho e força incomuns".
Há quatro anos, uma equipa de cientistas disse acreditar que o que as pessoas viram foram enguias em vez de um monstro aquático, descartando a hipótese de animais de grande porte. Os investigadores, que pretendiam estudar plantas e animais, recolheram amostras de ADN da água do lago. Não foram encontradas evidências da existência de plesiossauros, um réptil marinho que viveu no período jurássico, esturjões, peixes-gato ou tubarões-da-Gronelândia. Foi, sim, encontrada uma "quantidade significativa de ADN de enguias", assim como ADN de humanos, cães, ovelhas, gado, cervos, coelhos, ratos e pássaros.