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Debate Geral da ONU arranca hoje em Nova Iorque com Zelensky, Biden e Marcelo

Até dia 26 serão debatidos conflitos globais como o da Ucrânia, os atrasos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a crise climática, além das questões nucleares.

Discurso de Volodymyr Zelensky na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2022.
Discurso de Volodymyr Zelensky na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2022.
ANGELA WEISS

O Debate da Assembleia-Geral das Nações Unidas arranca hoje em Nova Iorque, com destaque para os discursos do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas também dos chefes de Estado norte-americano e português.

Pela primeira vez, Zelensky discursará presencialmente na ONU, após ter participado virtualmente na Assembleia-Geral do ano passado, pouco mais de seis meses depois da invasão russa da Ucrânia.

Zelensky, que deverá ser o 12.º líder a discursar no Debate Geral da 78.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (UNGA 78, sigla em inglês), deverá aproveitar para pedir um maior apoio internacional face à invasão russa, de acordo com analistas ouvidos pela Lusa.

A Rússia, por sua vez, será representada pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, que deverá discursar na manhã de sábado.

Como habitual, caberá ao Brasil a abertura dos discursos de alto nível na Assembleia-Geral, através do Presidente, Lula da Silva, na manhã de hoje.

Já Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos - país anfitrião do evento -, cumprirá a tradição e apresentar-se-á em segundo lugar.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, irá intervir também no primeiro dia de debate geral da UNGA78.

Será a sua 5.ª intervenção em representação de Portugal no debate geral anual entre chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros da ONU, em que também participou em 2016, 2018, 2019 e 2021.

Os discursos no Debate Geral irão prologar-se até ao próximo dia 26

A abertura do Debate Geral da 78.ª Assembleia-Geral ocorre num momento em que o planeta é assolado por crises em várias frentes: conflitos globais como o da Ucrânia, os atrasos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a crise climática, além das questões nucleares.

Contudo, espera-se que a invasão da Ucrânia volte a ser - tal como ano passado - um dos assuntos em destaque em vários dos discursos oficiais, até por ter sido levada a cabo por um membro permanente do Conselho de Segurança, importante órgão da ONU cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional, e que acabou por desencadear uma crise de confiança sobre as próprias Nações Unidas.

Por outro lado, os países em desenvolvimento vão querer aproveitar esta sessão da Assembleia para concentrar a atenção internacional nos seus problemas, como o crescente peso da dívida, segundo vários analistas ouvidos pela Lusa.

Também as reformas das instituições financeiras internacionais e uma política de ação em matéria de assistência socioeconómica e sobre-endividamento serão prioridades refletidas nos discursos dos países em desenvolvimento.

A Assembleia-Geral é o órgão onde os 193 Estados-membros da ONU se sentam em pé de igualdade e tem uma função exclusivamente representativa, uma vez que o verdadeiro poder é exercido pelo Conselho de Segurança, onde são membros permanente os Estados Unidos, a China, a Rússia, o Reino Unido e a França, que têm o direito de veto.