O Partido Popular de Espanha convocou para hoje um protesto em Madrid. São esperadas mais de 10 mil pessoas contra uma eventual amnistia para os separatistas envolvidos no referendo da Catalunha de 2017.
Os manifestantes estão contra a amnistia para os envolvidos no referendo ilegal de 2017 da autodeterminação da Catalunha.
Apesar da vitória de Feijóo, é mais fácil para Pedro Sánchez voltar a formar governo caso garanta o apoio do partido independentista Juntos pela Catalunha.
Feijóo não deverá ter a aprovação do parlamento para ser chefe do Governo, uma vez que não reúne os apoios necessários.
A amnistia é dada por garantida pelos separatistas catalães insistido que essa será uma das condições para apoiar Pedro Sánchez num novo mandato.
O momento político em Espanha
O PP venceu as eleições legislativas de 23 de julho, mas sem maioria absoluta.
A sessão parlamentar para debater e votar a candidatura de Feijóo a primeiro-ministro arranca na terça-feira, às 12:00 (11:00 em Lisboa), com o líder do PP a apresentar o seu programa de governo.
Seguem-me as intervenções dos grupos parlamentares, com direito a resposta por parte de Feijóo e contra-resposta por parte dos partidos. Esta fase vai estender-se até quarta-feira e culminará com uma votação.
A investidura será bem-sucedida se Feijóo conseguir uma maioria absoluta de apoio (pelo menos 176 votos a favor).
Se isso não acontecer, como tudo indica, o plenário volta a reunir-se na sexta-feira e, após um novo debate, repete-se a votação, sendo que nesta ronda bastaria uma maioria simples (mais votos a favor do que contra) para haver investidura.
Feijóo conta com o apoio de 172 deputados do PP, do VOX (extrema-direita), Coligação Canária e União do Povo Navarro.
Todos os outros partidos (178 deputados no conjunto) disseram que vão votar contra, pelo que o líder do PP não conta, sequer, à partida, com a possibilidade de abstenções para lhe viabilizarem a investidura.
Os restantes partidos têm, aliás, manifestado disponibilidade para negociar a viabilização de um novo governo de Sánchez e desde 23 de julho já por duas vezes se formou essa maioria absoluta de que o líder socialista precisa para ser reconduzido primeiro-ministro.
A primeira foi em 17 de agosto, para eleger a socialista Francina Armengol presidente do Congresso dos Deputados. A segunda foi na semana passada, para aprovar o uso do basco, catalão e galego, a par do castelhano, nos trabalhos parlamentares.
Se se confirmar a investidura falhada de Feijóo, o chefe de Estado de Espanha, o Rei Felipe VI, terá a seguir de indicar novo candidato a primeiro-ministro, o que deverá fazer após uma ronda de audições com os partidos.
As negociações de Sánchez com os separatistas
O foco do debate político em Espanha, logo desde as eleições de 23 de julho, tem estado nas negociações de Sánchez com partidos nacionalistas e independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco.
As maiores exigências são dos catalães, que pedem uma amnistia para separatistas envolvidos na tentativa de independência de 2017.
Dirigentes dos partidos catalães deram mesmo a amnistia "por garantida" na última passada, o que Sánchez não desmentiu, prometendo que será claro em relação às negociações com os independentistas quando for o candidato formal a primeiro-ministro indicado por Felipe VI.
"Mas adianto já que será coerente com o que temos feito (...). E quando digo que vou ser coerente com a política que tenho feito de normalização e estabilização na Catalunha já estou a dizer muito", acrescentou.
Na última legislatura, o Governo espanhol de esquerda indultou separatistas condenados, mudou o Código Penal para eliminar o crime de sedição pelo qual foram condenados e de que estavam acusados outros dirigentes catalães e abriu uma "mesa de diálogo" com o executivo regional.
"Os factos e os dados estão aí, não são discutíveis. A Catalunha está muito melhor do que em 2017", justificou Sánchez, defendendo que há hoje uma "situação de estabilização e normalização" na Catalunha que, ainda por cima, os catalães "já julgaram" e aprovaram nas últimas eleições, quando deram a vitória na região ao partido socialista (PSOE), "uma força constitucional", relegando para segundo plano os separatistas.
Com Lusa