Mundo

Encontro inédito em Kiev? Kremlin reage com aviso sobre "cansaço" do Ocidente

O porta-voz da Presidência russa considera que o apoio ocidental à Ucrânia está a mostrar sinais de cansaço, numa altura em que o futuro da ajuda norte-americana está em suspenso apesar da promessa deixada pelo Presidente Biden.

Encontro inédito em Kiev? Kremlin reage com aviso sobre "cansaço" do Ocidente
Anadolu Agency
Loading...

No mesmo dia em que os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) estão reunidos em Kiev, num encontro inédito, para expressarem a "solidariedade" do bloco europeu para com a Ucrânia, alvo de uma invasão russa desde fevereiro do ano passado, o porta-voz do Kremlin diz que o Ocidente está a mostrar sinais de cansaço.

"O cansaço do apoio completamente absurdo ao regime de Kiev vai aumentar em vários países, incluindo nos Estados Unidos" disse o porta-voz da Presidência russa.

O futuro da ajuda norte-americana está em suspenso, tendo as medidas de apoio a Kiev ficado de fora do acordo de financiamento provisório alcançado no fim de semana, que evitou uma paralisação da administração federal dos Estados Unidos nos próximos 45 dias.

Mesmo assim, o Presidente norte-americano, Joe Biden, prometeu não "abandonar" a Ucrânia.

"É claro que os Estados Unidos vão continuar a estar envolvidos neste conflito e diretamente", disse Peskov aos jornalistas, quando questionado sobre a ajuda norte-americana.

Mas, segundo anteviu o porta-voz russo, o "cansaço" do Ocidente vai criar mais "divisões no 'establishment' político" e levar a "contradições".

Perante os avanços lentos da contraofensiva ucraniana e o receio de uma diminuição do apoio ocidental à Ucrânia, a reunião de hoje em Kiev também pretendeu mostrar à Rússia que "não deve contar" com o "cansaço" da UE, afirmou na capital ucraniana a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, citada pelas agências internacionais.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).