O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou esta quinta-feira um ataque com ‘rockets’ russos contra um café e uma mercearia numa aldeia na região de Kharkiv, afirmando que matou pelo menos 49 civis e foi um dos ataques mais mortíferos dos últimos meses.
Zelensky, que está na cidade de Granada, em Espanha, numa cimeira com cerca de 50 líderes europeus que visa angariar apoio para o país em guerra, classificou o ataque como um “crime russo comprovadamente brutal” e “um ato de terrorismo completamente deliberado”.
O Presidente ucraniano instou os aliados ocidentais a ajudarem a fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia, alegando que “o terror russo tem de ser travado”.
“Agora estamos a falar com os líderes europeus, em particular, sobre o reforço da nossa defesa aérea, o fortalecimento dos nossos soldados, a proteção do nosso país contra o terrorismo. E responderemos aos terroristas”, acrescentou.
“O mais importante para nós, especialmente antes do inverno, é fortalecer a defesa aérea, e já existe uma base para novos acordos com parceiros”, disse Zelensky, num comunicado publicado no canal de mensagens Telegram.
A Ucrânia anunciou ter suspendido temporariamente a queixa que tinha feito na Organização Mundial de Comercio contra a Polónia, Eslováquia e Hungria, por violação da livre circulação dos cereais no espaço europeu. A tentativa de acalmar a reação dos vizinhos europeus, que surge num momento de desunião quanto ao apoio à Ucrânia, acontece ao mesmo tempo que Kiev tenta estabelecer um corredor de navegação segura no mar negro, longe dos ataques russos.
A frota russa do Mar Negro, até agora estacionada em Sebastopol poderá estar a ser transferida mais para leste, para a província da Abcásia.
Vladimir Putin encontrou-se com o líder separatista pró-russo da região que faz parte da República da Georgia. Esta poderá ser a forma encontrada para evitar os ataques cada vez mais frequentes da Ucrânia à Crimeia, ocupada por Moscovo desde 2014.