O comandante João Fonseca Ribeiro do Observatório de Segurança e Defesa da Sedes explica à SIC Notícias, o movimento Hamas e os ataques de parte a parte.
“O movimento Hamas é essencialmente xiita, mas a capacidade de domínio sobre a população não é inédito. Tivemos episódios deste tipo no Iraque, em que um sunita dirigia um país maioritariamente xiita”, conta.
Este é um dos pontos fundamentais deste conflito e, de acordo com o comandante, “é preciso começar a estudar as possibilidades de estabilização, não sendo apenas a israelita”.
"Neste momento, o Hamas e o Líbano [Hezbollah] são financiados, treinados por movimentos de etnia xiita", afirma, acrescentando que aquilo que está a ser tratado “é a zona de contenção, de uma extensão próxima do concelho de Sintra, com um problema humano terrível, que são os dois milhões de habitantes”.
O comandante explica que é nessa área que “os EUA com o Egito estão a tentar criar um corredor humanitário para os refugiados”.
Há esperança para os reféns do Hamas?
“É uma incógnita muito grande e todos desejamos que isso seja possível, mas a situação leva a supor que vai ser uma situação extremamente difícil”, sublinha.
O comandante explica que o objetivo é causar o maior pânico e terror possível, “mas temos de perceber que às vezes a questão dos reféns, por muito que nos custe, tem que ver com processos de negociação que podem trazer grandes fragilidades ao interesse dos Estados naquilo que é a sua sobrevivência”.