Israel confirmou este sábado que está a preparar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza. Germano Almeida, comentador SIC, afirma que a janela de reação está a terminar e lamenta: “Não há forma de destruir o Hamas sem matar civis”.
A bola do lado de Israel
Germano Almeida sublinha que Israel está a jogar com o efeito surpresa e que esse é um dos seus trunfos táticos. No entanto, alerta que a “janela de reação” está a terminar e que, a cada dia que passa, o sentimento de indignação pelas atrocidades cometidas pelo Hamas se vai esbatendo.
“Israel está mobilizado para a guerra e vai atuar certamente. Perante isto, não há maneira de alguma coisa correr bem. As vítimas vão aumentar bastante, sobretudo do lado palestiniano”, diz.
Eliminar o Hamas, mas a que custo?
O comentador da SIC não tem dúvidas de que o objetivo da operação militar de Israel é eliminar o movimento islâmico. No entanto, explica que para o fazer, é “impossível não matar civis”.
“O objetivo desta operação é eliminar o Hamas. E o que é isso? É ir a Gaza e matar os líderes do Hamas e destruir as suas infraestruturas. Tendo em conta a forma como o Hamas se foi construindo em Gaza, nos túneis, construindo sobre casas, hospitais e escolas, não há forma de não destruir sem matar civis”, lamenta.
O aval dos EUA
Plano que estará a ser articulado em conjunto com os Estados Unidos, explica Germano Almeida. É que desde o ataque do Hamas a 7 de outubro, já morreram 27 americanos. É “mais do dobro” dos que morreram na saída do Afeganistão, recorda.
“Israel não vai estar sozinho, vai ter que ter aval dos EUA. Da mesma forma que depois do 11 de Setembro os americanos não tinham como não ir para o Afeganistão, Israel depois de 7 de outubro não tinha outra forma que não fazer uma grande operação militar contra o Hamas”, conclui.