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"Há bombardeamentos por todo o lado": estrangeiros retidos em Gaza apelam a resgate

Além dos portugueses, estão em Gaza cidadãos de várias nacionalidades que foram apanhados no meio da guerra: uns residentes, outros de passagem pela região. Tentam agora sair do enclave, numa luta contra o tempo.

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Haneen Okal, palestiniana que tem também nacionalidade norte-americana, está entre os cidadãos estrangeiros que, na Faixa de Gaza, foram apanhados no meio da guerra. A mulher vive em Nova Jérsia e levou os filhos a Gaza para visitar a família.

“Estou longe do meu marido, que ficou em Nova Jérsia. Estamos a tentar o melhor que conseguimos sair da Faixa de Gaza. Já tentámos, mas nada aconteceu”, lamenta Hannen.

A família enfrenta agora, como milhares de palestinianos, os ataques aéreos, a falta de água, de comida e de energia. Cada hora, cada minuto que permanecem no território debaixo de fogo pode significar uma tragédia.

“Os meus filhos estão tão assustados. Há bombardeamentos por todo o lado. Não há um local seguro na Faixa de Gaza. Por favor, ajudem-nos a sair daqui de forma segura”, apela.

Os norte-americanos retidos em Gaza aguardam pela abertura da fronteira com o Egito para saírem do território em guerra.

Entre os estrangeiros retidos o enclave está também a sogra do primeiro-ministro escocês, Humza Yousaf, que tem feito vários apelos desesperados à comunidade internacional.

“Onde está a humanidade? Onde está o coração das pessoas para deixarem que isto aconteça?”, lamenta Elizabeth El-Nakla.

O governo brasileiro está igualmente a desenvolver esforços para retirar os cidadãos das áreas mais críticas do conflito. Estima-se que estejam 30 brasileiros na Faixa de Gaza, na expectativa de conseguirem sair do território através de Rafah, assim como alguns canadianos, que ainda não conseguiram cruzar a fronteira.

“Sabemos que cidadãos canadianos ficaram retidos em Rafah, tendo-se deslocado para lá com base no facto de que poderiam ali fazer uma passagem segura, mas tiveram de se retirar. Apelamos para que as vidas dos civis sejam protegidas”, declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canada, Melanie Joly, garantindo estar a trabalhar para que sejam resgatados rapidamente.