As Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde renovam os apelos para um cessar-fogo humanitário em Gaza. Pedem também para que seja permitida a entrada de mais ajuda, numa altura em que as forças israelitas intensificam os bombardeamentos sobre o território palestiniano.
Wateen e o irmão gémeo, Ahmed, perderam a mãe num dos bombardeamentos que nos últimos dias atingiram a zona de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, para onde milhares de pessoas convergiram depois do ultimato do Governo de Israel, para que o Norte do território fosse evacuado.
“A minha irmã estava a proteger o rapaz, Ahmed, por isso ele não ficou ferido. Mas a filha está ferida. O Ahmed está em casa e tenho a certeza que sente a falta da irmã, pois dizemos que os gémeos estão sempre ligados. Ele está sempre a chorar em casa, e ela está no hospital”, relatou a tia.
Wateen está internada num dos poucos hospitais que, apesar das limitações, se mantêm operacionais.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, dois terços dos hospitais de Gaza fecharam nos últimos dias por falta de material médico e de combustíveis para alimentar os geradores.
“Falta-nos quase tudo. Ontem, muitas vezes, tínhamos muito pouca eletricidade. E a matança continua”, disse um médico.
O cirurgião que trabalha no maior e mais sobrelotado hospital de Gaza diz que, nas últimas 24 horas, as urgências foram inundadas por mais 400 feridos, e que dezenas são crianças.
Perante o que consideram ser uma situação catastrófica para milhares de civis, as Nações Unidas e a OMS apelam a um cessar-fogo imediato. Pedem ao Governo israelita que mantenha a fronteira de Gaza com o Egipto aberta a ajuda humanitária e que permita a entrada de combustível, necessário para manter operacionais hospitais, ambulâncias e estações de tratamento de água.
Apesar dos apelos a um cessar-fogo humanitário, o Governo israelita intensifica os bombardeamentos sobre o território palestiniano.
Sem mencionar eventuais vítimas colaterais, as Forças Armadas de Israel revelaram que nas últimas 24 horas foram lançados 400 ataques contra alvos que classificam como militares.