Portugal deverá receber um grupo de soldados ucranianos feridos em combate. Vão ser recebidos num centro em Ourém, recuperado por uma associação humanitária portuguesa, a Help UAPT, com o objetivo de aliviar a pressão nos hospitais ucranianos.
Na guerra entre a Ucrânia e a Rússia, para além dos milhares de soldados mortos em combate, os que sobreviveram tentam recuperar das várias feridas, físicas e psicológicas.
Yuri, de 53 anos, sente-se como o Exterminador. Tem uma placa de ferro no braço esquerdo e os músculos atrofiados. Mas os médicos prometem-lhe que vai recuperar, e que vai poder voltar para o campo de batalha.
Reva, outro soldado ucraniano está a ter acompanhamento psicológico, tal como Dmytro, um antigo trabalhador da esfera da cultura que quer sentir que é compreendido. Quer ajuda para estar na vida civil.
“É preciso apoio. Às vezes, é apenas preciso falar um pouco com a pessoa. Falar, contar as coisas. Porque, apesar de tudo, um militar tem determinados pontos de vista sobre o mundo, uma visão muito própria. E é preciso que os outros se adaptem a isso e que ajudem a pessoa a adaptar-se à vida para onde ela regressa”, afirmou Dmytro, que ficou ferido na direção da Bakhmut, com queimaduras em 45% do corpo.
Nos arredores de Kiev, um hospital recebe muitos soldados que vêm da linha da frente. Nesta altura, 57 que estão em reabilitação. Parte deles segue para Portugal já no próximo mês. Mas o processo de escolha dos soldados que vão para Ourém ainda está a decorrer.