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O que mais precisa quem sai de Gaza? "Água, comida, cuidados médicos"

A diretora executiva da Unicef Portugal, Beatriz Imperatori, salienta que a abertura da fronteira de Rafah "é uma boa notícia" e que permite "ter esperança", tendo em conta que metade da população tem menos 18 anos. A "sobrevivência" é a preocupação das famílias, disse.

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No dia em que abriu a fronteira de Rafah, a diretora executiva da Unicef Portugal, Beatriz Imperatori, reconheceu na antena da SIC Notícias que “é uma boa notícia”. Mas a situação é grave, alertou, lembrando que 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças.

“É uma boa notícia, são essas boas notícias que nos permitem continuar a ter esperança e a ser positivos. É fundamental ultrapassar sentimentos de tristeza porque temos uma missão a cumprir. Continuar a recolher todos os donativos possíveis, para que quando cheguem estas boas notícias estejamos prontos”, disse Beatriz Imperatori, revelando que “entregamos até agora 17 camiões, sobretudo com água e material médico, e temos mais oito preparados e quatro aviões para sair de Copenhaga – onde está o nosso armazém – para partirem rumo ao Egito”.

Questionada sobre o que mais precisam as pessoas em Gaza, não hesitou na resposta.

“Água, água, comida e cuidados médicos, sobreviver hoje, agora, e garantir que vivem mais um dia. É um sentimento de pura sobrevivência”, afirmou.

Beatriz Imperatori referiu ainda que além de ser necessário respeitar, mesmo em tempo de guerra, “os sítios onde as pessoas estão refugiadas e realizar este trabalho comunitário de forma segura”, segundo relatos de membros da UNICEF, que vivem na Faixa de Gaza, há crianças que estão em “stress máximo” - "Basta estar exposta ao ruído das bombas que provoca um grau de stress nos mais novos estejam [eles] em Gaza ou Israel”.

Ainda assim, sublinha, que “as crianças são extremamente resilientes é evidente que algum trauma fica mas também é verdade que elas ganham capacidade para ultrapassar esse trauma. Não é um trabalho que se faça agora mas que vamos fazer”, salientou, apelando a que quem puder continue a fazer donativos.