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"Já houve quase tantas baixas civis na Faixa de Gaza como houve em quase dois anos na Ucrânia"

Germano Almeida, comentador da SIC, concorda que Israel não aceite um cessar-fogo sem libertação de reféns. Comenta ainda a detenção da ativista Ahed Tamimi, na Cisjordânia, depois de desejar a morte dos colonos judeus na Cisjordânia.

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Germano Almeida, comentador da SIC, concorda que Israel não aceite um cessar-fogo sem libertação de reféns. No entanto, alerta que em um mês de conflito com o Hamas já houve quase tantas mortes de civis como em quase dois anos na Ucrânia.

"Depois do que aconteceu a 7 de outubro, Israel não podia aceitar um cessar-fogo enquanto não conseguisse eliminar a ameaça do Hamas", afirma, uma vez que ia ser uma oportunidade para o Hamas se rearmar e reagrupar.

No entanto, alerta que Israel tem a obrigação de eliminar o grupo terrorista com o "mínimo de baixas possíveis", o que não está a acontecer.

"Ao fim de um mês, houve quase tantas baixas civis na Faixa de Gaza como houve em quase dois anos na Ucrânia", diz.

Na SIC Notícias, Germano Almeida destaca que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, mostrou que os Estados Unidos são ao mesmo tempo "pró-Israel e o principal agente mediador e dissuasor".

"Além de obrigarem Israel a reduzir a carga sobre os civis, estão também a forçar Israel a começar a pensar no pós-operação em Gaza, que tipo de administração pode ter", esclarece.

Detenção da ativista Ahed Tamimi

O comentador da SIC explica ainda o aumento de tensão na Cisjordânia, onde os israelitas "têm muita culpa" no agravamento dos clonados.

Ahed Tamimi foi detida na Cisjordânia por incitamento ao ódio. Germano Almeida destaca o que a ativista escreveu nas redes sociais, apontando para "ódio extremo":

"Estamos à vossa espera em todas as cidades da Cisjordânia. Vamos chacinar-vos e aí dirão o que Hitler vos fez foi uma piada. Vamos beber o vosso sangue e comer o vosso crânio".

Ahed Tamimi tornou-se famosa aos 14 anos, após ser filmada a morder um soldado israelita para o impedir de deter o irmão mais novo, imobilizado no chão, com o braço engessado.