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Gaza: "Podemos começar a comer folhas de árvore em breve". Gás e comida escasseiam

A comida escasseia para tantos deslocados que a procuram. Não só o fecho de fronteiras imposto por Israel a mantém ao longe, como a que podia produzir em Gaza já não existe.

Os palestinianos que fogem do norte de Gaza deslocam-se para sul, no centro da Faixa de Gaza
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Milhares de palestinianos continuam a rumar a sul, na Faixa de Gaza, apenas para encontrar um território com demasiada população e demasiado pouco para a alimentar. Há quem tenha de fazer horas extraordinárias na cozinha para conseguir acompanhar a enchente de deslocados.

A viagem é longa para as famílias inteiras que carregam o que lhes resta, durante horas a fio, em estradas inteiras de fio a pavio.

A comida escasseia para tantos deslocados que a procuram. Não só o fecho de fronteiras imposto por Israel a mantém ao longe, como a que podia produzir em Gaza já não existe.

“Vai acontecer uma catástrofe. Podemos começar a comer folhas de árvore em breve. Não sobra nada”, conta um do dono de supermercado, Hassan Aby Shabab.

Parte da sociedade palestiniana em Gaza está agora incapaz de se alimentar, sem casa e sem rumo.

Enquanto houver lenha há esperança é o pensamento de muitos, numa altura em que já sem gás e sem mantimentos o repasto já não há-de durar.

Só nos últimos dias, cerca de 100 mil palestinianos rumaram a sul na Faixa de Gaza para fugir da batalha que decorre, sobretudo, no norte do enclave.