Mundo

Islândia: quando poderá o vulcão Fagradalsfjall entrar em erupção?

De acordo com o Gabinete Meteorológico islandês, existe um risco "considerável" de erupção na Península de Reiquiavique ou mesmo ao largo desta, a cerca de 30 milhas da capital Reiquiavique.

Um agente da polícia junto a uma fenda numa estrada na cidade piscatória de Grindavik
Um agente da polícia junto a uma fenda numa estrada na cidade piscatória de Grindavik
MARKO DJURICA

Na Islândia, apesar da diminuição da atividade sísmica na parte sudoeste do país, a possibilidade de uma erupção vulcânica continua a preocupar as autoridades. De acordo com o Gabinete Meteorológico Islandês (IMO na sigla inglesa), a probabilidade de o vulcão Fagradalsfjall entrar em erupção nos próximos dias é considerada “elevada”, tal conta o canal britânico SKY News.

Quando poderá o vulcão entrar em erupção?

"Acreditamos que esta intrusão está literalmente a pairar, em equilíbrio, mesmo abaixo da superfície da Terra", disse um dos do gabinete, Matthew James Roberts.

O gabinete acrescenta ainda que existe uma “tremenda incerteza”, por não se conseguir prever, caso exista uma erupção vulcânica, “quais os tipos de danos que poderão ocorrer”.

"Nesta fase, não é possível determinar exatamente se e onde o magma poderá atingir a superfície", acrescentou.

De acordo com uma professora de Ciências da Terra na Universidade de Manchester, o facto de atividade sísmica em Fagradalsfjall ter diminuidoo durante o fim de semana, "indica que está a ocorrer uma nova fase de intrusão de magma", explicou Margaret Hartley.

Presença de dióxido de enxofre (So2) na atmosfera

Especialistas do Gabinete Meteorológico da Islândia instalaram na região de Húsafell dispositivos, denominados por Espectroscopia de Absorção Ótica Diferencial, que medem a presença de dióxido de enxofre na atmosfera, consequente da atividade vulcânica.

De acordo com a publicação na rede social X (antigo Twitter), um desses medidores mostrou sinais de que SO2 estava presente na atmosfera sobre as localidades de Sigdal e Sundhnúkagígim ao sul até Grindavík, durante segunda e terça-feira.

Evacuação da cidade

A atividade sísmica e os fluxos de lava subterrânea estão a ocorrer de forma mais acentuada há duas semanas, tendo-se intensificado na península de Reykjanes, perto da capital Reiquiavique, no fim de semana, o que levou as autoridades a evacuar quase 4.000 pessoas da cidade pesqueira de Grindavik no sábado.

Apesar desta saída abrupta, cerca de 3.800 habitantes da zona foram autorizados a retornar brevemente a casa para recolherem bens essenciais, tais como roupas e medicação, e ainda os animais de estimação que tiveram de ser deixados para trás. Ainda assim, as autoridades avisavam à entrada da região que se os cidadãos ouvissem uma sirene para voltar para trás o mais rápido possível.

Alerta laranja na aviação

As autoridades islandesas da aviação também estão atentas, e por isso ativaram esta terça-feira o alerta laranja da aviação, devido aos receios que o cenário que o país viveu em 2010 volte a repetir-se.

Há mais de uma década as nuvens de cinza expelidas por um outro vulcão levaram ao maior cancelamento de voos, desde a Segunda Guerra Mundial: 100 mil voos tiveram de ser suspensos.