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Tribunal de recurso de Nova Iorque suspende ordem de silêncio imposta a Donald Trump

O juiz de julgamento tinha imposto a ordem no mês passado, depois de o ex-Presidente dos EUA ter feito nas redes sociais comentários depreciativos sobre um funcionário judicial.

Donald Trump em tribunal
Donald Trump em tribunal
ANDREW KELLY

Um tribunal de recurso de Nova Iorque suspendeu na quinta-feira uma ordem de silêncio que impedia Donald Trump de fazer comentários sobre os funcionários do tribunal no decurso do seu julgamento por fraude.

O juiz de julgamento tinha imposto a ordem no mês passado e multado o ex-presidente dos EUA em 15 mil dólares, por violação da ordem, depois de Trump ter feito nas redes sociais comentários depreciativos sobre um funcionário judicial.

Na sua decisão, o juiz do tribunal de recurso David Friedman invocou questões constitucionais sobre a restrição à liberdade de expressão de Trump e decretou a suspensão da ordem de silêncio, permitindo que o ex-presidente fizesse comentários livremente sobre os funcionários do tribunal, enquanto decorre um processo mais vasto de recurso.

Os advogados de Trump tinham processado o juiz de julgamento, Arthur Engoron, na quarta-feira, contestando a ordem de silêncio, que consideraram um abuso de poder.

Friedman agendou uma audiência de emergência para a tarde de hoje num tribunal situado a poucos quilómetros do local onde decorre o julgamento de Trump.

A defesa de Trump alegou que uma funcionária judicial estava a exercer uma influência indevida, visando Allison Greenfield, antiga candidata judicial democrata, acusando-a de ser uma voz partidária junto do juiz Arthur Engoron - ainda que ele próprio seja democrata - e de estar a desempenhar um papel demasiado importante no processo que envolve o antigo presidente.

Engoron defendeu o papel de Greenfield na sala de tribunal, ordenado aos envolvidos no julgamento que não comentassem os funcionários do tribunal e multando Trump em 15 mil dólares pelo que o magistrado considerou serem violações, tendo também proibido os advogados no processo de comentarem as suas "comunicações confidenciais" com os seus funcionários.

Os advogados de Trump, que tentaram na quarta-feira a anulação do julgamento, defendem que as ordens de Engoron suprimem de forma inconstitucional a liberdade de expressão, e não qualquer liberdade de expressão.