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Hamas diz que retirou cerca de 100 doentes do hospital indonésio em Gaza

Cerca de uma centena de doentes foram retirados esta segunda-feira do hospital indonésio de Gaza, bombardeado esta manhã por Israel, operação feita em conjunto com o Comité Internacional da Cruz Vermelha, segundo anunciou o Ministério da Saúde do Hamas.

Hamas diz que retirou cerca de 100 doentes do hospital indonésio em Gaza
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Cerca de uma centena de doentes foram esta segunda-feira retirados do hospital indonésio de Gaza, bombardeado esta manhã por Israel, operação feita em conjunto com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), anunciou o Ministério da Saúde do Hamas.

"Ainda há 500 pacientes no hospital e estamos a trabalhar com o CICV para os levar para o hospital Nasser, em Khan Younes", no sul da Faixa de Gaza, afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde do grupo islamita, Ashraf al-Qidreh.

"Outros 100 pacientes serão retirados durante a noite e depois distribuídos por diferentes hospitais no sul", acrescentou.

De acordo com a mesma fonte, o ataque ao hospital indonésio, localizado perto de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, matou pelo menos 12 pessoas e causou numerosos feridos.

As forças israelitas atacaram vários hospitais nas últimas semanas, argumentando que militantes do Hamas se escondiam nessas instalações, embora o mais relevante tenha sido o cerco ao hospital al-Shifa na última semana, o maior da Faixa de Gaza.

Israel alegou que o Hamas tinha o seu principal centro de comando na cave daquele hospital e no domingo apresentou provas que alegadamente apoiam essa tese, mostrando 55 metros de um túnel subterrâneo fortificado.

OMS considera situação hospitalar “catastrófica”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também alertou hoje que a situação hospitalar em Gaza é "catastrófica", com a maioria dos hospitais fora de funcionamento.

"Temos agora 1,7 milhões de pessoas deslocadas, por isso temos o dobro ou o triplo da população (no sul de Gaza) a utilizar um terço das camas hospitalares em menos de um terço dos hospitais disponíveis", disse o diretor executivo do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, Michael Ryan, num 'briefing' realizado na sede da ONU, em Nova Iorque, no qual participou por videoconferência a partir de Genebra.

"Mesmo que amanhã de manhã tivéssemos um cessar-fogo, ainda teríamos um enorme problema nas mãos", acrescentou.

Ryan disse que os serviços de saúde na Faixa de Gaza já não são capazes de prestar cuidados a casos médicos mais complexos - incluindo à maioria dos pacientes com cancro e em diálise renal - e provavelmente ficarão sobrecarregados com cerca de 5.500 nascimentos esperados no próximo mês.