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Entrevista SIC

"Se o Estado português fosse mais rápido a minha família não tinha morrido", diz luso-palestiniano

Em Portugal há nove anos, Ahmad Ashour viu a filha de um ano chegar esta quarta-feira de Gaza mas criticou a lentidão do Governo em resgatar os cidadãos naquela região em guerra.

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Chegou esta quarta-feira a Portugal a bebé portuguesa retirada de Gaza, que, ao contrário da mãe e dos dois irmãos, conseguiu escapar a três bombardeamentos naquela região.

Entrevistado pela SIC, o pai da criança diz que foi um milagre, mas critica o Estado português pela demora no resgate da família. A pequena Nour, de apenas um ano, é a único elemento da família que resta a Ahmad Ashour, um luso palestiniano que chegou a Portugal para estudar há nove anos e nunca mais voltou.

Na sua “nova casa”, viu nascer os dois filhos mais novos e o estatuto de dupla nacionalidade. Mas Ahmad diz que passou o último mês, quase todos os dias, a implorar a ajuda do Estado português para resgatar a família mas quando ela chegou já era tarde.

"O ministério dos Negócios Estrangeiros podia ter acelerado o processo entregar a minha filha mais rápido. Se o Estado português fosse mais rápido a minha família não tinha morrido. Dois dias podiam ter feito a diferença", afirmou.

Está desempregado, em risco iminente de despejo e sem qualquer meio de subsistência. A família em Gaza que o ajudava já não pode enviar dinheiro.

Mas para este luso palestiniano, o mais importante é a sua filha guerreira, a sobrevivente Nour, com quem vai passar a viver em Portugal, a partir desta quarta-feira.