O partido de extrema-direita de Geert Wilders venceu as eleições legislativas de quarta-feira nos Países Baixos.
Prevê-se que o partido consiga 36 lugares no Parlamento, composto por 150 deputados, enquanto a coligação formada pelo Partido Trabalhista e a Esquerda Verde conseguirá 25 a 26 assentos.
O Partido Popular da Liberdade e da Democracia, liberal-conservador, que está no poder há 13 anos, não deverá ir além dos 24.
Apesar da vitória é sem maioria e Geert Wilders vai ser obrigado a negociar para tentar formar um Governo.
O mais provável aliado ao partido vencedor é o Partido Centrista, NSC, de Pieter Omtzigt, mas a perspetiva é de longas e difíceis negociações durante as próximas semanas ou, até mesmo, meses.
Líderes da extrema-direita europeia celebram vitória de Geert Wilders
A vitória de Wilders já foi celebrada por vários líderes da extrema-direita europeia. As primeiras mensagens de felicitação chegaram de Viktor Orban e Marine le Pen.
"Porque há pessoas que se recusam a ver a tocha nacional apagada, a esperança de mudança ainda está viva na Europa", escreveu Le Pen na rede social X.
Já, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, do partido Fidesz, fez uma referência à música "Winds of Change" (Ventos de Mudança) da banda de rock alemã Scorpions, associada à queda da União Soviética, para dizer que "os ventos da mudança chegaram".
Partido deverá duplicar o número de deputados
O partido liderado por Geert Wilders, de ideologia de extrema-direita e contra a imigração, deverá duplicar o número de deputados e vencer a coligação formada pelo Partido Trabalhista e pelos Verdes.
"Somos o partido mais votado nos Países Baixos e posso garantir que os eleitores falaram", disse Wilders, que garantiu que os neerlandeses "estarão mais uma vez em primeiro lugar".
A Câmara dos Representantes é composta por 150 deputados, o que significa que o PVV tem de obter o apoio de vários partidos para atingir os 76 deputados que lhe garantam a possibilidade de suceder a Mark Rutte na chefia do Governo.
Os holandeses votaram na quarta-feira em eleições legislativas antecipadas, convocadas depois de o primeiro-ministro ter anunciado a dissolução do Governo no verão passado, devido a disputas internas sobre migração.