Três estudantes universitários palestinianos foram este sábado baleados no estado de Vermont, nos Estados Unidos da América (EUA). A polícia de Burlington não identificou ou prendeu o atirador e também não apresentou nenhum possível motivo para o ataque. As famílias pediram este domingo às autoridades para investigarem o incidente como crime de ódio.
"Pedimos às autoridades que conduzam uma investigação completa, incluindo tratar isto como um crime de ódio. Não nos sentiremos confortáveis até que o atirador seja levado à justiça", disseram as famílias dos estudantes este domingo, num comunicado divulgado pela organização sem fins lucrativos pró-Palestina Institute for Middle East Understanding (IMEU).
A Polícia de Burlington não identificou ou prendeu o atirador, bem como não comentou o possível motivo.
Hisham Awartani, estudante da Brown University em RhodeIsland; Kinnan Abdel Hamid, estudante do Haverford College na Pensilvânia; e Tahseen Ahmed, que estuda no Trinity College em Connecticut, foram baleados perto da Universidade de Vermont na noite de sábado.
Este domingo as vítimas ainda se encontravam a receber tratamento médico, tendo em conta os diferentes tipos de gravidade encontrados, segundo a polícia.
A Polícia de Burlington divulgou um comunicado à imprensa afirmando que os polícias responderam a tiros disparados por volta das 18h30 (23h30 de Lisboa) da noite de sábado e encontraram duas pessoas feridas num local próximo ao campus universitário e uma terceira a uma curta distância.
Sem identificar as vítimas, o comunicado da polícia afirma que as duas primeiras foram tratadas no local e depois encaminhadas para o Centro Médico da Universidade de Vermont, pelos bombeiros, e a polícia levou a terceira vítima para o mesmo hospital.
Aumento de incidentes islamofóbicos e anti-semitas
O tiroteio ocorre num momento em que os Estados Unidos testemunham um aumento de incidentes islamofóbicos e anti-semitas, incluindo ataques violentos e assédio online, desde que o conflito Israel-Hamas eclodiu a 7 de Outubro.
Os estudantes falavam árabe e usavam o tradicional lenço palestino - keffiyeh -, disse este domingo o Ministério das Relações Exteriores palestino, pedindo às autoridades dos EUA que responsabilizassem os responsáveis.
Em comunicado enviado este domingo, também o Comité Árabe-Americano Antidiscriminação (ADC na sigla inglesa), uma organização de defesa com sede nos EUA, também pediu às autoridades que investigassem o tiroteio como um crime de ódio.
"O aumento do sentimento anti-árabe e anti-palestiniano que estamos a vivenciar não tem precedentes, e este é outro exemplo de que o ódio se tornou violento", disse o diretor executivo Nacional da ADC, Abed Ayoub.