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Trégua Israel-Hamas: "Há um princípio de acordo para pelo menos mais dois dias"

Germano Almeida, comentador SIC, avança que há um princípio de acordo para a extensão por mais dois dias da trégua humanitária. Sublinha no entanto que, apesar da pausa em Gaza, há operações militares israelitas na Cisjordânia.

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Esta quarta-feira é o segundo dia do prolongamento das tréguas humanitárias em Gaza, que pode ser estendida, até um total de 10 dias, se o Hamas libertar 10 reféns diariamente. Caso isso aconteça, Israel libertará três prisioneiros palestinianos por cada refém que saia em liberdade. Para o comentador da SIC Germano Almeida há a possibilidade da possível extensão desta pausa por mais dois dias.

“Tudo indica que vai mesmo acontecer. O jornal egípcio Al-Araby Al-Jadeed diz que já há um princípio de acordo para pelo menos mais dois dias dentro dos moldes que até agora vigorou, ou seja, por cada 10 reféns libertados, um dia de pausa”.

Para Germano Almeida, “o facto de se falar numa extensão por mais dois dias depois de ter havido dois dias de extensão não deixa de ser positivo, porque o risco de algo não correr bem era muito grande”.

No entanto, embora se fale numa pausa da operação militar israelita em Gaza há operações militares israelitas na Cisjordânia: “nas últimas horas, há relatos que isso aconteceu num campo de refugiados em Jenin um outro, Jalazone no norte de Ramallah e ainda um outro em Askar, em Nablus”.

"Hamas, com este acordo, ganhou pontos"

“Essa dualidade entre aquilo que se está a passar em Gaza com o Hamas e o agravamento na situação da Cisjordânia, em que não é o Hamas que controla, é a Autoridade Palestiniana, não é um bom sinal para a solução de dois Estados, reforçar a Autoridade Palestiniana e tirar o Hamas da equação”.

“O problema é que o Hamas, com este acordo, ganhou pontos. Porque não só mostra que está supostamente a respeitar o acordo, como até está a dar uma imagem de grande libertador ao fazer esta libertação de 10 reféns por dia, o que é absolutamente perverso porque o Hamas é um grupo terrorista atroz que fez a 7 de Outubro um crime de tomar reféns mais de 200 civis”.