O grupo islamita Hamas administrou tranquilizantes a alguns dos reféns antes da sua libertação para os fazer parecer mais relaxados e felizes, declarou esta terça-feira um representante do Ministério da Saúde de Israel.
O médico afirmou que membros do grupo islamita administraram o medicamento clonazepam a alguns reféns antes de serem entregues aos representantes da Cruz Vermelha, que os retiraram da Faixa de Gaza.
Esta droga, acrescentou Mizrahi, teria sido administrada para que parecessem calmos, felizes e otimistas durante a sua libertação, depois de terem passado mais de um mês e meio em cativeiro.
Mizrahi não informou, porém, se o uso de tranquilizantes foi confirmado por exames de sangue realizados nos reféns ou por depoimentos dos libertados.
Estas declarações surgem poucos dias depois de ter terminado uma trégua de uma semana entre Israel e o Hamas, durante a qual foram trocados 105 reféns raptados pelo grupo islamita e 240 prisioneiros palestinianos que estavam nas prisões israelitas.
Exército israelita combate em três bastiões do Hamas em Gaza
Também esta terça-feira o exército israelita reivindicou ter chegado a três grandes redutos do Hamas na cidade de Gaza, onde as tropas estão agora a entrar no terreno numa nova fase da sua ofensiva.
"Estamos no 'coração' de [do campo de refugiados de] Jabalia [norte], no 'coração' [do bairro] de Shujaiya [na cidade de Gaza] e agora também no 'coração' (da cidade meridional] de Khan Younis", afirmou Yaron Finkelman, responsável pelo Comando Sul do exército, num comunicado, sem que se possa confirmar as reivindicações do exército israelita de fonte independente.
O comandante israelita afirmou que este foi "o dia mais intenso" de ação militar desde o início da operação terrestre, a 27 de outubro, quer "em termos de terroristas mortos, quer em termos de confrontos armados e de utilização de poder de fogo terrestre e aéreo".
"Tencionamos continuar a atacar e a garantir os nossos ganhos", acrescentou.
Após as tréguas, duas rondas de ataques
Após o fim das tréguas na passada sexta-feira, a força aérea fez "duas rondas de ataques que envolveram dezenas de aviões de todas as esquadrilhas de caças".
Estes, prosseguiu, utilizaram centenas de munições em ataques a túneis, poços operacionais e locais de lançamento de mísseis antitanque para apoiar o movimento dos soldados de infantaria no terreno.
Segundo Finkelman, os ataques levaram nos últimos dias a "intensos combates" com milícias palestinianas, particularmente nas zonas de Jabalia e no bairro de Shujaiya, onde vídeos nas redes sociais mostram uma paisagem de devastação devido aos fortes bombardeamentos que destruíram muitos edifícios.
Segundo as autoridades de Gaza, o bombardeamento israelita de Shujaiya, perpetrado segunda-feira, terá provocado a morte de pelo menos 300 pessoas.
Nas últimas 24 horas, as tropas israelitas cercaram também o campo de refugiados de Jabalia, no norte, que consideram ser um reduto do Hamas, "destruindo numerosas infraestruturas terroristas".
"Os soldados ganharam o controlo das posições centrais do Hamas na zona, enfrentaram e mataram terroristas e localizaram armas e infraestruturas terroristas, algumas das quais foram encontradas em edifícios civis, incluindo uma escola", referiu Finkelman.