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"Dei à luz a minha filha na noite da trégua. Estamos a viver numa tenda à porta do hospital em Gaza"

Desde 7 de outubro, nasceram em Gaza mais de dez mil bebés. A esmagadora maioria nunca conheceu a casa da família, nem nenhuma outra casa e faz parte dos quase dois milhões de deslocados que este conflito já provocou.

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Com a ofensiva militar israelita a estender-se a toda a Faixa de Gaza e com o bloqueio total ainda em vigor, as condições de sobrevivência da população degradam-se a cada minuto que passa.

As organizações humanitárias no terreno pedem um cessar-fogo imediato que permita fazer chegar ajuda vital a milhares de pessoas vulneráveis.

Israa tem o nome da mãe. Nasceu no primeiro dia do cessar-fogo. Ao fim de sete dias sem bombardeamentos, o conflito armado voltou a rondar a tenda onde a família sobrevive, desde que seguiu o conselho de sair da casa onde morava, entretanto destruída por um ataque de artilharia.

"Dei à luz a minha filha no dia 24 de novembro, na noite da trégua, quando disseram que havia o cessar-fogo, há cerca de dez dias. Estamos a morar aqui no hospital para os deslocados, o Shuhada al-Aqsa. Estamos a viver numa tenda à porta do hospital", contou Israa Kamal al-Jumalah, de 28 anos.

Desde o dia 7 de outubro, nasceram em Gaza mais de dez mil bebés. A esmagadora maioria nunca conheceu a casa da família, nem nenhuma outra casa e faz parte dos quase dois milhões de deslocados que este conflito já provocou.

Com grande parte das habitações parcial ou completamente destruídas por dois meses de bombardeamentos aéreos e de ataques de artilharia, a maior parte da população não terá para onde regressar no final do conflito.