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Putin em conferência de imprensa: "Nada de novo, repetiu apenas aquilo que todos nós sabemos"

"A paz chegará quando alcançarmos os nossos objetivos", referiu o Presidente da Rússia quando questionado sobre o fim da guerra, referindo mais uma vez "a desnazificação da Ucrânia" e "a desmilitarização a bem ou a mal". José Milhazes analisa a conferência de imprensa de Putin.

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O Presidente da Rússia realiza hoje a primeira grande conferência de imprensa desde o início da guerra na Ucrânia. Vladimir Putin responde às perguntas dos jornalistas e, no entender de José Milhazes, das palavras do Presidente russo não há nada a destacar: "Nada de novo, repetiu apenas aquilo que todos nós sabemos". O comentador da SIC faz a análise do início da conferência de imprensa, que deverá demorar várias horas.

Putin vai também responder a perguntas do público, a chamada "Linha Direta". A falta de sucesso da Rússia na guerra contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, terá contribuído para o cancelamento da conferência anual de Putin no ano passado.

O Kremlin (Presidência) anunciou que Putin reservou o dia de quarta-feira para preparar o evento e a televisão estatal noticiou, no mesmo dia, que já tinham sido recebidas mais de 1,5 milhões de perguntas do público.

José Milhazes explica que uma das primeiras perguntas dizia respeito à previsão do fim da guerra na Ucrânia, e Putin deu a resposta esperada: "A paz chegará quando alcançarmos os nossos objetivos que, segundo ele, não mudaram e continuam a ser os mesmos - a desnazificação da Ucrânia, a desmilitarização a bem ou a mal desse país e a neutralidade desse país".

O Presidente russo vem também dar a imagem de que “está a correr tudo maravilhosamente bem”.

"A Rússia não precisa de uma segunda mobilização porque o número de voluntários para combater é muito grande, cerca de 1.500 por dia. Neste momento foram contratados 400.000 voluntários, ou seja, está a correr tudo maravilhosamente bem", destaca José Milhazes.

De seguida, Vladimir Putin respondeu a jornalistas sobre assuntos internos, nomeadamente sobre problemas energéticos.

Segundo José Milhazes, todas as perguntas são muito controladas.

"Pode aparecer uma ou outra mais ou menos incómoda, mas que encaixe no discurso de Putin. As perguntas são combinadas e também essas supostamente mais incómodas são combinadas. Pode haver eventualmente algum jornalista que consiga fazer alguma pergunta mais difícil, não sei se irão dar a palavra a jornalistas estrangeiros", refere o comentador da SIC.

Putin, de 71 anos, alterou a Constituição em 2020 para poder permanecer no Kremlin mais dois mandatos de seis anos cada, até 2036, altura em que terá 84 anos.