
Um jovem estudante de 24 anos abriu fogo, na tarde desta quinta-feira, no edifício da faculdade de Filosofia da Universidade Charles, em Praga. Pelo menos 13 pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas, algumas com gravidade. A tese de motivações terroristas está afastada, mas a polícia lançou um apelo à população.
Pouco depois do alerta, a polícia checa informou que o suspeito tinha sido “eliminado”, esclarecendo depois que se terá posto termo à vida.
De acordo com a polícia checa, o pai do principal suspeito - identificado como Kozák David -, foi encontrado morto esta manhã, horas antes do tiroteio. Autoridades admitem que possa ter sido o próprio filho a cometer o crime.
O suspeito entrou armado na faculdade, uma das mais antigas da Europa e que situa-se muito perto da praça Jan-Palach - uma das áreas mais turísticas do centro histórico da capital checa -, matou 13 pessoas e feriu 25, nove das quais com gravidade. A identidade das vítimas não foi revelada e a polícia informou que está em contacto com as embaixadas de vários países.
Logo após o alerta, funcionários, professores e alunos receberam ordens para trancarem as portas das salas onde se encontravam durante a intervenção policial.
Os agentes criaram um perímetro de segurança em redor do edifício e pediram às pessoas residentes nas proximidades para “permanecerem no interior das habitações”.
O primeiro-ministro checo cancelou a agenda e regressou à capital e do exterior, através das redes sociais, começaram a chegar várias reações. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, foi uma das primeiras personalidades públicas a lamentar o ataque.
Na rede social X disse estar “chocada com a violência sem sentido do tiroteio que tirou várias vidas hoje em Praga (…) Expresso as minhas mais profundas condolências às famílias das vítimas e a todo o povo checo. Estamos convosco e choramos convosco."
A presidente do Parlamento Europeu disse estar "profundamente horrorizada" com o ataque à Universidade Carolina em Praga. "É desolador ver uma das universidades mais antigas da Europa converter-se numa cena de terror", escreveu Metsola.
O presidente do Conselho Europeu também apresentou as condolências "mais sinceras às famílias das vítimas deste tiroteio (…), não podemos deixar que haja espaço para estes atos violentos nas nossas sociedades", escreveu Charles Michel.
Portugal não foi exceção. O Presidente Marcelo publicou uma nota de condolências, dizendo que “recebeu com consternação a notícia sobre o tiroteio ocorrido hoje em Praga”. O chefe de Estado português “expressou solidariedade para com as vítimas e as suas famílias, após o hediondo ataque ocorrido numa universidade em Praga, desejando a rápida recuperação de todos os feridos”.
E, já ao cair da noite, também o ministro português dos Negócios Estrangeiros divulgou que expressou condolências ao homólogo checo, Jan Lipavský, "na sequência das notícias chocantes que chegam de Praga", onde hoje um tiroteio numa universidade provocou pelo menos 13 mortos.
"Na sequência das notícias chocantes que chegam de Praga, o ministro dos Negócios Estrangeiros expressou condolências ao seu homólogo checo, manifestando a solidariedade de Portugal perante este ato de violência", afirma.
Tiroteio sem ligações a “terrorismo internacional”
O tiroteio que fez pelo menos 13 mortos não tem aparente ligação ao "terrorismo internacional", afirmou o ministro do Interior checo, Vit Rakusan.
"Nada indica que este crime esteja ligado ao terrorismo internacional", declarou o ministro à imprensa.
As autoridades checas prometem mais informações para esta sexta-feira e à população deixam um apelo: quem tiver alguma informação (imagem, vídeo, áudio) sobre o tiroteio desta tarde ou sobre o suspeito, “não publique nas redes sociais, mas envie para a polícia”.
[Notícia atualizada às 12h15 de 22/12/23, para corrigir o número de vítimas em Praga, após uma alteração no balanço da polícia local]