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OMS revela testemunhos "dilacerantes" após bombardeamento em Gaza

Mais de 100 pessoas foram mortas num ataque na noite de domingo que atingiu o campo de refugiados de Al-Maghazi, no centro da Faixa de Gaza. A OMS divulgou testemunhos "dilacerantes" que as suas equipas recolheram.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou testemunhos "dilacerantes" que as suas equipas recolheram esta segunda-feira num hospital da Faixa de Gaza onde se encontram as vítimas do bombardeamento do campo de refugiados de Al-Maghazi.

"A equipa da OMS registou testemunhos dilacerantes do pessoal médico e das vítimas sobre os sofrimentos infligidos pelas explosões", declarou o chefe da organização da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no X (ex-Twitter).

"Uma criança perdeu toda a sua família no ataque [israelita] sobre o campo. Uma enfermeira do hospital teve a mesma perda, toda a sua família foi morta", acrescentou na rede social.

Mais de 100 pessoas foram mortas num ataque na noite de domingo que atingiu o campo de refugiados de Al-Maghazi, no centro da Faixa de Gaza. O Exército israelita disse que iria "verificar o incidente".

Numerosos corpos sem vida, em sacos mortuários brancos, foram alinhados junto ao hospital Al-Aqsa, em Deir al-Balah, centro da Faixa de Gaza, antes dos funerais, indicou a agência noticiosa AFP.

Segundo o chefe da OMS, o hospital indicou ter recebido uma centena de feridos após o bombardeamento.

"O número de doentes acolhidos pelo hospital ultrapassa de longe as suas capacidades em camas e em pessoal", sublinhou. "Muitos não vão sobreviver à espera".

"Este último ataque sobre uma comunidade de Gaza demonstra por que motivo é necessário um cessar-fogo imediato", escreveu ainda Ghebreyesus.

Sean Casey, membro da missão da OMS, indicou ter assistido aos cuidados fornecidos a um rapaz de 9 anos gravemente ferido e de nome Ahmed.

"Foi simplesmente tratado através de um sedativo para aliviar o seu sofrimento, antes de morrer", descreveu num vídeo registado em pleno hospital.

"Ninguém conseguiu fazer nada por ele. Como em tantos outros casos, não existem condições para abordar casos neurológicos complexos, casos de traumatismos complexos", lamentou.

"As salas de operações trabalham 24 horas sem interrupção. A sala de urgências está muito abaixo das suas capacidades", acrescentou este responsável da OMS. "Uma situação inaceitável, que tem de parar", sublinhou.