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Colisão de aeronaves em Tóquio "poderia ter terminado com muito mais fatalidades"

O coronel Carlos Paulos destaca o modo como as equipas de salvamento e resgate - e a própria tripulação do avião - conseguiram retirar os passageiros do avião em tempo recorde, reduzindo o número de fatalidades.

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As circunstâncias do acidente entre duas aeronaves no aeroporto de Tóquio ainda não são conhecidas, no entanto há algo que tem sido destacado: o salvamento dos perto de 400 pacientes e membros da tripulação do avião da Japan Airlines. O coronel Carlos Paulos destaca que as equipas estão bem treinadas e lembra que o número de vítimas poderia ter sido muito maior.

Questionado sobre as possíveis causas para este acidente, o coronel Carlos Paulos deixa para a resposta para a comissão de investigação que irá analisar todos os elementos para perceber o que se passou. O que se sabe, para já, é que o avião da Japan Airlines, proveniente de ilha de Hokkaido, embateu numa aeronave da Guarda Costeira, quando aterrou no aeroporto de Haneda - um dos dois aeroportos que serve Tóquio.

“Dessa colisão, verificaram-se os 379 passageiros que foram retirados com sucesso e cinco ocupantes do tal avião da guarda costeira que faleceram”, acrescenta o coronel Carlos Paulos, congratulando a equipa que permitiu evitar um maior número de óbitos.

O coronel Carlos Paulos compara o acidente em Tóquio com o embate entre duas aeronaves, na pista do aeroporto de Tenerife, em 1977, que teve “iguais circunstâncias”, mas dimensões diferentes dos aviões envolvidos.

“Ao contrário do que aconteceu em Tenerife, onde morram 583 pessoas, aqui felizmente só temos cinco pessoas. São vítimas, há sempre a lamentar, mas só temos cinco pessoas

O sucesso da operação está relacionada com a existência de equipas de resgate “devidamente treinadas”, que “cumpriram com os requisitos internacionais”. Sublinha que esta operação de resgate “poderia ter terminado com muito mais fatalidades”.

“Estamos a falar de equipas altamente treinadas, do serviço de combate e salvamento de incêndios com aeronaves, plano de emergência do aeroporto de Haneda que terá sido devidamente e certamente bem treinado durante vários anos e de acordo com os requisitos que são de cumprimento obrigatórios por todos os que têm aeroportos certificados com estas dimensões. E também estamos a falar da própria equipa da aeronave que conseguiu fazer a evacuação destas pessoas em tempo recorde”, esclarece o coronel.

O coronel Carlos Paulos lembra que os regulamentos internacionais impõem a existência de um determinado número de veículos de combate a incêndios que depende do tamanho do aeroporto, assim como a existência de equipas devidamente treinadas.

“Existe um requisito que obriga a que esses veículos consigam atingir qualquer parte da pista dos aeroportos num intervalo de dois minutos após a chamada. Estamos a falar de veículos altamente sofisticados, com uma capacidade de descarga enorme e agentes extintores adequados a este tipo de situações. Não nos podemos esquecer quem uma aeronave é por natureza um meio que arde com grande facilidade e ainda por cima pode ter muito combustível a bordo.”