O Supremo Tribunal dos Estados Unidos anunciou este sábado que vai examinar a inelegibilidade de Donald Trump para concorrer às presidenciais de 2024, após a decisão do Colorado em excluir o ex-presidente republicano das primárias daquele Estado.
Numa breve decisão judicial, o Supremo Tribunal indicou que admitiu o caso e que os nove juízes realizarão uma audiência pública em 8 de fevereiro, para ouvir os argumentos das partes.
O pedido para que a mais alta instância judicial dos EUA intervenha foi feito pela equipa jurídica de Trump, que recorreu de uma decisão anterior do Supremo do Colorado.
Trump recorreu das decisões do tribunal do Colorado e do Estado do Maine, de o considerar inelegível para as primárias republicanas, pelo seu papel no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, sobre o qual se assinalam três anos este sábado.
Maine e Colorado deram primeiro passo
A decisão do Maine, em 28 de dezembro, de desqualificar Trump para o cargo de chefe de Estado, seguiu a posição do Supremo Tribunal do Colorado, que surpreendeu em dezembro ao excluir o magnata republicano das primárias daquele Estado.
O Supremo do Colorado tinha concluído que Trump se envolveu numa rebelião em 6 de janeiro de 2021, durante o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos e considerou que a 14.ª Emenda da Constituição, invocada para reivindicar a sua inelegibilidade, se aplica de facto a um presidente.
A disposição foi adicionada à Constituição para impedir que os ex-confederados regressassem aos seus cargos governamentais após a Guerra Civil.
A linguagem presente na Secção 3 da 14.ª Emenda tem sido examinada devido à forma como define quem está impedido de ocupar cargos se tiver "envolvido em insurreição ou rebelião".
Embora a audiência pública para analisar o caso seja em 8 de fevereiro, ainda não se sabe quando o Supremo Tribunal dos EUA emitirá a sua decisão e não se sabe até onde irá. As primárias no Colorado e no Maine estão marcadas para 5 de março.
Trump lança acusações a Biden em plena campanha
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou sexta-feira o atual chefe de Estado, Joe Biden, de estar a "atiçar medos" ao dizer que o republicano utiliza uma retórica da Alemanha nazi.
Joe Biden, presidente democrata dos Estados Unidos, e Donald Trump, o favorito entre os republicanos numa recandidatura à Casa Branca, estiveram em locais distintos em campanha com vista às eleições presidenciais.
Num discurso proferido na Pensilvânia, Biden acusou Trump de utilizar uma retórica da Alemanha nazi e de tolerar a "violência política".
Em resposta, num comício em Iowa, Donald Trump disse que o presidente norte-americano organizou "uma ação de campanha patética, para atiçar medos" e para desviar o foco das atenções de questões importantes como a economia.
Joe Biden "não consegue falar sobre nenhum dos temas que interessam aos americanos que trabalham arduamente, porque falhou-vos e traiu-vos", afirmou Trump, citado pelo New York Times.