A guerra entre Israel e Hamas completou este domingo três meses de destruição, e o fim ainda não é visível no horizonte. O receio, aliás, é de que o conflito na Faixa de Gaza - onde já morreram quase 23.000 palestinianos - possa expandir-se para outras regiões no Médio Oriente.
No meio do embate estão os Estados Unidos, histórico apoiante de Israel, que tenta pressionar o Governo de Benjamin Netanyahu para adotar uma posição mais moderada. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visita novamente o Médio Oriente, para tentar evitar uma escalada do conflito.
Ricardo Alexandre, jornalista na TSF e comentador SIC, analisa a posição “difícil” dos EUA no que chama de “jogo do gato e do rato” entre Israel e o Hamas.
“Blinken tem tentado conter a possibilidade de alastramento regional do conflito, que parece cada vez mais evidente. Os EUA estão a ser alvo dessas multiplicações de frentes. Por exemplo, os navios norte-americanos no Mar Vermelho têm sido atacados pelos rebeldes que estão no poder no Iémen (…) É importante tentar travar os discursos mais inflamados e radicais de Israel”, diz Ricardo Alexandre, citando as “palavras duras” de Blinken sobre os discursos de dois ministros israelitas.
“É notório que Netanyahu não tem grande futuro político”
Volvidos três meses de guerra, Netanyahu tem perdido cada vez mais popularidade entre a população, que o acusa de fazer pouco para resgatar os reféns em Gaza. Até agora, apenas durante um curto período de trégua foi possível, através de uma negociação, resgatar um número significativo de cidadãos israelitas.
“Está numa posição delicada, parece cada vez mais notório que não tem grande futuro politico. Assim que o conflito terminar, Netanyahu deve ser afastado do poder, seja por causa de processos judiciais em curso, seja pela própria popularidade junto dos israelitas, que nesta altura anda apenas pelos 15%”, analisa Ricardo Alexandre.
O comentador SIC afirma que, apesar dos alertas de Blinken, o conflito deve prolongar-se.
“Israel parece andar com o Hamas em Gaza numa espécie de jogo do gato e do rato, ora Israel intensifica a operação no sul, como agora parece entrar numa terceira fase, porque acham que [os combatentes do Hamas] estão na zona central”.