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ANÁLISE

Conflito no Médio Oriente: os intervenientes e as sete linhas da frente

A comentadora da SIC, Maria João Tomás, explica as diferenças entre xiitas e sunitas, o conflito prolongado no Médio Oriente e as futuras tensões que o conflito entre Israel e Palestina pode despoletar. O Estado Islâmico volta a estar envolvido.

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A comentadora da SIC, Maria João Tomás, dá o ponto de situação sobre a guerra que Israel está a travar. Tal como diz o ministro da Defesa de Israel, a guerra é feita em sete frentes, mas quais são?

“A guerra são em sete frentes, Gaza e Cisjordânia. Depois temos o Iémen, o Iraque, o Irão e também o Líbano. E a Síria. É engraçado perceber quais os países e o que está em causa, porque todos são xiitas e não podemos esquecer que a semana passada, no mesmo dia em que Al-Arouri foi morto aconteceu um ataque no Irão que foi reivindicado pelo Estado Islâmico”; começa por explica Maria João Tomás.

A comentadora da SIC acrescenta também que o Estado Islâmico disse iria atrás dos que estão a provocar sofrimento ao povo da Palestina. Segundo o Estado Islâmico, são os xiitas e por isso é que houve um ataque no Irão.

“Bush dizia que o Eixo do Mal vinha desde o Irão, Iraque, Síria e Líbano, que ele combatia ferozmente. Esse eixo é composto por países que xiita, mas exceto a Síria em que a maioria é sunita, mas o governo é xiita", comenta.

A diferença entre xiita e sunita

“A diferença é básica, passa-se quando Mohammed morre e discute-se quem será a sucessão e aparecem duas fações. A sunita que diz que deve ser celebrado e reconduzidos e escolhidos aquele que vai suceder entre os companheiros do profeta, democraticamente. Mas os xiitas dizem que a sucessão devia ser dinástica, ou seja, de sangue”, explica.

Xiitas e o seu baluarte estão no Irão e os sunitas com o seu baluarte estão na Arábia Saudita, conforme explica Maria João Tomás.

“Houve um acordo interessante, com a China como intermediária, e que levou a um acordo entre a Arábia Saudita e Irão. É importante percebermos que aqui temos sunitas e ali xiitas. Esta aproximação é para manter, porque há interesses a manter”, detalha.

A comentadora da SIC explica que o conflito é entre Israel e Hezbollah, e não o Irão.

As linhas fronteiriças

A linha verde de 1967 vai marcar “muito” as negociações e marca as fronteiras com o Líbano e demarca a região que deveria ser a Palestina, e acabou por não ser respeitada.

“Os atentados e conflitos entre Israel e Líbano não são de hoje, o perigo está na escalada do envolvimento do Líbano, porque sabemos que o Hezbollah é um Estado dentro de um Estado”, refere.

A comentadora refere também a linha azul, de 2000 e delineada pelas Nações Unidas, sendo a que vigora agora.

“A seguir a 2000 ainda houve uma outra guerra onde ouve uma resolução da ONU que estabeleceu cessar-fogo, mas o que está em cima da mesa é um ataque do Hezbollah em Israel”, conclui Maria João Tomás.