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EUA conduzem nova ronda de ataques contra os Houthis no Iémen

Os EUA tinham retirado os Houthis da lista de "organizações terroristas" em 2021, mas voltaram a dá-la após os ataques no Mar Vermelho. Os Houthis fazem parte do que os EUA descrevem como um "eixo de resistência" contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irão.

EUA conduzem nova ronda de ataques contra os Houthis no Iémen
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Os Estados Unidos conduziram outra ronda de ataques contra alvos dos Houthis no Iémen esta quinta-feira de madrugada, informou a CBS News, citando uma autoridade norte-americana.

Os militares dos EUA disseram esta quarta-feira que um drone lançado de áreas controladas pelos rebeldes Houthis no Iémen atingiu um navio de propriedade dos EUA no Golfo de Aden.

Agora, foi a vez dos norte-americanos retaliarem.

Em entrevista à SIC Notícias, o investigador Rui Henrique Santos, do Instituto de Relações Internacionais, afirma que “não é possível eliminar os Houthis” e recorda que tal foi tentado pela Arábia Saudita durante cinco anos.

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“O que vemos é que naquela zona se vai intensificar ainda mais o drama humanitário. Há 11 milhões de iemenitas em dificuldades graves”, disse.

O conflito no Iémen

Os militares dos EUA têm realizado ataques no Iémen, visando instalações de lançamento de mísseis dos Houthis que representam uma ameaça a navios mercantes e militares.

Na terça-feira, os EUA realizaram uma terceira operação contra os Houthis no espaço de uma semana.

Na semana passada, os ataques dos EUA e do Reino Unido atingiram quase 30 locais no Iémen.

Força naval para proteger transporte marítimo no Mar Vermelho

Em dezembro, os Estados Unidos tinham criado uma força naval multinacional para proteger o transporte marítimo no Mar Vermelho, uma rota de trânsito importante que representa até 12% do comércio global.

"Não estamos à procura de conflitos regionais, longe disso", explicou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, na terça-feira, no Fórum Económico Mundial, em Davos.

Ao optar pela qualificação de entidade "especialmente designada como terrorista a nível global", em vez de outra qualificação como "organização terrorista estrangeira" - uma sanção mais ampla e genérica - os Estados Unidos pretendem manter o fluxo de ajuda humanitária para o Iémen.

"Tentamos sempre garantir que o impacto das nossas sanções seja o desejado (...), minimizando as consequências não intencionais", explicou uma fonte diplomática dos EUA.

Segundo as Nações Unidas, o Iémen, em guerra desde o final de 2014 entre os Houthis e o governo iemenita reconhecido internacionalmente (apoiado por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, país onde está exilado) sofre atualmente uma das maiores catástrofes humanitárias do planeta, segundo a ONU.