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Análise

"Este é o grande tema do momento: a paragem das autocracias"

Segundo Germano Almeida, "é muito claro e cada vez mais evidente o alinhamento das autocracias nos dois planos, na invasão russa da Ucrânia e também na guerra do Médio Oriente". O comentador da SIC considera que é urgente “a paragem das autocracias”, nomeadamente da Rússia, Coreia do Norte e Irão.

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O comentador SIC Germano Almeida analisa a possibilidade de Vladimir Putin visitar, num futuro próximo, a Coreia do Norte, em resposta a um convite do líder Kim Jong-un. Mas, sobretudo, a possibilidade de uma relação de entreajuda entre os dois países, com impacto na guerra com a Ucrânia.

“Ainda ontem surgiu uma indicação do senhor [Kyrylo] Budanov, chefe das secretas ucranianas - uma pessoa que tem sido muito importante para a recolha de informação e tomada de decisão - que diz claramente que a Coreia do Norte não só já está a fornecer armas à Rússia, como já é o principal fornecedor de armas à Rússia, nomeadamente ao nível das munições de artilharia”, explica.

O comentador acrescenta que “ao menos que esta viagem ajude, a quem ainda não percebeu, a perceber o que está a acontecer”.

“É muito claro e cada vez mais evidente o alinhamento das autocracias Rússia, Coreia do Norte, Irão nos dois planos, na invasão russa da Ucrânia e também na guerra do Médio Oriente”, afirma o comentador.

Putin desloca-se à Turquia

O Presidente russo irá visitar a Turquia no dia 12 de fevereiro. De acordo com a agência de notícias russa TASS, citando o jornal Türkiye, o país também estará a contar com uma visita do Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, a 24 de janeiro

“Sabemos que a casa o caso da Turquia é um caso diferente, não a colocaria exatamente no alinhamento das autocracias, mas colocá-la-ia a meio caminho. E meio caminho é um bom termo para a Turquia. É o ponto de passagem entre o Oriente do Ocidente, o ponto de passagem entre a Ásia e Europa e senhor Erdogan tem jogado muito bem com isso”, diz Germano de Almeida.

O comentador acrescenta: “A Turquia ao acolher o Irão - sabemos também que continua próxima de Putin - sinaliza que, pelo menos, não será uma clara aliada na travagem das autocracias e este é o grande tema do momento: a paragem das autocracias”.

Israel e a libertação dos reféns

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reuniu-se esta segunda-feira com representantes das famílias de 15 reféns do Hamas, num momento de forte contestação contra a gestão da ofensiva militar conduzida pelas forças israelitas na Faixa de Gaza.

Segundo informações recolhidas pelo jornal israelita 'Haaretz', o encontro contou com a presença de dois representantes de cada uma das famílias dos reféns, não tendo sido, até ao momento, divulgados mais pormenores sobre a reunião.

“Esse é um exemplo de como Netanyahu está cada vez mais pressionado e isolado interna e externamente […]. Neste momento a posição de Netanyahu é que não vai colocar a libertação dos fãs à frente da questão da operação militar”, defende.

Segundo Germano de Almeida, “Netanyahu não vai abdicar das guerras”.

“Quando digo as guerras refiro-me à ação militar realizada em Gaza, e depois também a questão de travar a ameaça dos Hezbollah no Líbano, e vai aproveitar isso para sobreviver politicamente”, acrescenta.