O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse, nesta terça-feira, que quer um "triunfo completo" sobre o Hamas, após a morte de 21 soldados israelitas num ataque e a intensificação do cerco a Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
"A minha principal expectativa é um triunfo completo, não há substituto para a vitória", declarou o primeiro-ministro israelita, enquanto as forças israelitas aprofundam a sua ofensiva terrestre na cidade de Khan Yunis.
Num encontro com soldados numa base das Forças de Defesa de Israel, Netanyahu criticou os que acreditam que uma vitória completa para exterminar o Hamas não é possível, enquanto Israel mantém a sua ofensiva terrestre sem alcançar os objetivos militares declarados.
"É possível, é necessário e não temos outra opção: a vitória completa", afirmou o chefe do Governo israelita, perante a diminuição da confiança da opinião pública na sua gestão da guerra e quando aumentam as críticas da oposição e a pressão das famílias dos reféns em posse do Hamas, que lhe pedem uma trégua que conduza à sua libertação.
Israel intensificou desde segunda-feira a sua ofensiva em zonas de Khan Yunis onde as suas tropas terrestres quase não tiveram presença, segundo a imprensa local, e onde tenta atacar e enfraquecer as milícias palestinianas.
As tropas israelitas lançaram uma operação na zona ocidental da cidade e começaram a dirigir-se para o seu interior, uma etapa que deverá continuar nos próximos dias.
"Desmantelar a estrutura militar do Hamas na zona ocidental de Khan Yunis é o cerne da lógica desta operação", afirmou o Exército num comunicado, no qual explica que a ação visa os centros de comando e controlo do grupo palestiniano, bem como túneis e infraestruturas.
Esta área é "um ponto importante para a Brigada Khan Yunis do Hamas", segundo o Exército, e o local onde se presume que se encontrem o líder do grupo islamita na Faixa de Gaza, Yahia Sinwar, e o chefe das suas milícias, Mohamed Deif, ambos naturais de Khan Yunis, e que estão no topo da lista dos homens mais procurados pelas tropas israelitas.
O Exército disse estar a combater "numa área densamente povoada de civis", o que "exige métodos de ação muito específicos e operações precisas", e onde existem centros de deslocados e hospitais onde afirma terem sido vistos combatentes do Hamas.
As forças de Telavive alegam que há uma semana foi disparado um projétil do Hospital Nasser de Khan Yunis, onde assegura que há membros das milícias no seu interior e contra os quais foram preparadas "várias estratégias e uma série de métodos".
Segundo a imprensa local de Gaza, o Exército sitiou o centro médico Naser em Khan Yunis, o principal da cidade e o maior ainda em funcionamento na Faixa de Gaza, onde grande parte dos centros de saúde está fora de serviço ou sem capacidade de atendimento.