O Governo francês vai apresentar medidas para tentar acabar com o protesto de agricultores, que está a dificultar a distribuição de mercadorias estrangeiras. Há camionistas portugueses retidos em algumas autoestradas sem saberem quando podem retomar caminho.
O camionista português Joel da Silva é um dos que está parado numa autoestrada, na zona de Limoges, no centro de França. A localidade mais próxima fica a cerca de 20 quilómetros.
Joel já assistiu a agricultores franceses a destruírem mercadoria estrangeira que vem de outros países da União Europeia.
“Não podemos produzir ovos em capoeiras em França, mas em contrapartida vêm de Portugal. O camionista diz-me que os ovos são bons. Acreditamos. Mas os produtores franceses estrangulam. É isto, caros decisores políticos, que nós não queremos!”, afirma o agricultor francês François Arnoux.
Os agricultores exigem menos normas e também ser compensados pelos esforços que fazem para a transição ecológica.
Se as medidas anunciadas na tarde desta sexta-feira pelo Governo francês não conseguirem diminuir o descontentamento do setor agrícola, há o risco de o discurso eurocético crescer e contribuir para um crescimento, nas eleições europeias, do partido de Marine Le Pen, que quer romper com um dos pilares da União Europeia: a livre circulação de mercadorias.