António Costa diz que não é tempo de perder a paciência com Viktor Orbán. O primeiro-ministro húngaro continua a bloquear a ajuda à Ucrânia. A cimeira desta quinta-feira é decisiva e mais um teste à unidade europeia.
A homenagem ao antigo Presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, juntou em Bruxelas novos e antigos decisores políticos, como Durão Barroso, Jean-Claude Juncker e François Hollande. Estão reunidos em Bruxelas para lembrar um dos protagonistas da construção europeia, numa altura em que a unidade dos 27 é de novo posta à prova.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, está cada vez mais isolado, mas nem por isso dá sinais de querer levantar o veto ao pacote de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia.
Esta quinta-feira, há mais uma cimeira de nervos. O Conselho Europeu extraordinário em Bruxelas é ameaçado pelo novo eventual bloqueio da Hungria relativo à reserva financeira de 50 mil milhões de euros para a reconstrução e modernização da Ucrânia, prevista no âmbito da revisão do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2024-2027 da UE.
"Neste momento, em que o Conselho Europeu ainda nem começou, não é momento de perdermos a paciência, é momento de nos enchermos de paciência para, com toda a energia e o empenho, procurarmos obter um acordo", declarou António Costa.
O acordo falhou em dezembro. De lá para cá as negociações têm sido intensas e tensas, com altos e baixos e com trocas de acusações de chantagens e ameaças.
O calendário é apertado. A decisão tem de ser tomada o quanto antes para evitar a falência dos cofres de Kiev.
Costa alegou que, se não houver um acordo entre todos os líderes da UE, "as soluções a 26 [sem a Hungria] são complexas, difíceis e incertas", dada a necessidade de contornar a obrigatória unanimidade.