Em dia de Conselho Europeu, os agricultores estão a manifestar-se esta quinta-feira em frente às principais instituições europeias, em Bruxelas, para que sejam tomadas medidas de proteção ao setor. Os manifestantes já recorreram à violência e há registo de vários confrontos com a polícia.
A cólera dos agricultores belgas, que iniciaram as ações de protesto no domingo, vai intensificar-se durante o dia em Bruxelas para mostrar o descontentamento do setor aos dirigentes europeus.
A polícia rodoviária federal também informou que vários grupos de tratores se encontravam em várias estradas nacionais e circundantes em direção à capital.
Os agricultores em protesto sabem que decorrerão eleições europeias dentro de quatro meses e que, se não houver mudanças agora, vão ter de esperar novamente durante cinco anos para ver alterações à lei.
“Este é o melhor momento para todos os agricultores europeus protestarem e exporem as nossas necessidades”, diz um dos agricultores à SIC.
Representantes de associações agrícolas de diferentes países, incluindo de Portugal, Espanha e Itália, vão participar numa manifestação no bairro europeu, pela hora do almoço, para explicar as razões do protesto.
“Decidimos vir e juntar-nos a outro tipo de jovens agricultores europeus para criarmos uma voz única, não contra, mas com a colaboração do Parlamento Europeu e outros políticos”, afirma outro dos agricultores presentes no local.
Os protestos começaram em França, onde a marcha continua em direção a Paris. Nos arredores da capital francesa, os primeiros manifestantes já começaram a chegar ao maior centro de distribuição alimentar da Europa.
No entanto, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse já pretender debater a questão durante a estada em Bruxelas.
Comissão Europeia vai discutir medidas
O primeiro-ministro da Hungria não perdeu a oportunidade: Viktor Orban veio para a rua, juntar-se aos agricultores, à medida que durante a noite, chegavam mais a Bruxelas.
Na quarta-feira, a Comissão Europeia propôs a prorrogação por mais um ano dos benefícios comerciais concedidos à Ucrânia para apoiar a economia do país, face à invasão da Rússia, mas introduziu salvaguardas para o caso de os mercados agrícolas de um ou mais países serem afetados.
Além disso, a Comissão Europeia propôs, na quarta-feira, a revogação da regra que obriga os agricultores a manterem parte das terras aráveis em pousio durante todo este ano, uma medida exigida por manifestantes em vários Estados-membros da UE.
Os agricultores prometem manter a mobilização, pelo menos, até ao final da reunião.