Os agricultores estão esta quinta-feira em protesto de norte a sul do país. Reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade, num protesto que está a bloquear várias estradas, tal como tem acontecido noutros pontos da Europa.
Os agricultores queixam-se que o Governo tirou apoios, é uma “daquelas situações que tradicionalmente este Governo e os governos fazem: anunciam ao longo de anos um conjunto de apoios e depois não vão cumprindo a totalidade do apoio que foi anunciado”, diz Luís Delgado.
“Os agricultores protestam por duas coisas, primeiro, que não exista o corte que está a existir, (…) e a segunda, apoio em relação àquilo que são as matérias-primas que eles precisam do ponto de vista de energia, como gasóleo”.
A proximidade das legislativas com as habituais promessas eleitorais é o que leva os agricultores a duvidarem do que garantiu o ainda governo e a manter esta contestação.
“Este é um protesto justo. É um protesto que naturalmente tem um peso muito grande a 6 semanas das eleições de tal maneira que o líder do maior partido alternativo veio diretamente apoiar esta luta, deixando implícito que, se vier a ser primeiro-ministro, resolverá a questão”, considera Luís Delgado.
Um setor historicamente massacrado
Este é um setor historicamente massacrado, com razões de queixa ao longo de várias décadas, “desde que a Política Agrícola Comum passou a ser a política da União Europeia e que estabeleceu quotas para cada um dos países”.
“Nós destruímos a nossa agricultura, destruímos subsidiando inicialmente. Logo na nossa entrada para a União Europeia a agricultura foi um dos primeiros setores a ser atingido, pagavam aos agricultores durante anos, durante vários períodos, para não cultivarem nada”.
Luís Delgado é da opinião que tem havido tem havido falta de atenção para este setor, nomeadamente por parte da União Europeia, um setor que tem sido muito afetado, foi uma pandemia, depois a guerra na Ucrânia, Médio Oriente, alterações climáticas.
“Tem havido falta de atenção para este setor, por isso estão a haver protestos em Portugal, em França, estamos a ver na Bélgica, há um conjunto de países europeus, todos os países europeus”.