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EUA lançam ataque de retaliação na fronteira entre a Síria e o Iraque

Os Estados Unidos bombardearam mais de 85 alvos e instalações ligadas à Guarda Revolucionária do Irão e a grupos pró-iranianos no Iraque e na Síria, em resposta ao ataque da semana passada que matou três militares norte-americanos.

Joe Biden
Joe Biden
Matt Rourke/AP Photo

Os Estados Unidos lançaram esta noite ataques de retaliação na fronteira entre o Iraque e a Síria, informaram esta sexta-feira as autoridades norte-americanas. Esta é a resposta dos EUA após a morte, na Jordânia, de três soldados norte-americanos, num ataque levado a cabo por uma milícia pró-iraniana.

De acordo com a Reuters, a imprensa estatal síria já confirmou os ataques. O alvo desta ação terá sido o Força Quds, um dos cinco braços da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão.

O Comando Central do Exército dos Estados Unidos (Centcom) detalhou que a operação aérea ocorreu às 16:00 (21:00 em Lisboa), e utilizou mais de 125 munições de precisão, num total de mais de 85 ataques.

Que áreas foram atacadas?

Entre os locais atacados estão centros de comando e inteligência, bem como infraestruturas de armazenamento de 'drones' e mísseis pertencentes a milícias e forças iranianas "que permitiram ataques contra forças norte-americanas e da coligação".

Duas fontes de segurança iraquianas adiantaram à agência France-Presse (AFP) que um dos alvos foi "um quartel-general das fações armadas na área de Al-Qaïm, perto da fronteira com a Síria com um armazém de armas ligeiras".

Um segundo ataque, na região de Al-Akachat, mais a sul e ainda perto da fronteira, teve como alvo um centro de comando das operações de Hachd al-Chaabi, uma coligação de antigos paramilitares que reúne estas fações pró-Irão, frisou uma das fontes.

Um responsável do Hachd al-Chaabi, que também falou sob a condição de anonimato, confirmou estes dois bombardeamentos, assegurando que o ataque de Al-Akachat causou feridos.

Entretanto, os Estados Unidos reforçaram as defesas na base militar na Jordânia. Após o ataque à Torre 22, a base instalada pelos norte-americanos em solo jordano e perto da fronteira com a Síria, Washington considerou que foi ultrapassada uma "linha vermelha" e admitiu que a retaliação pudesse incluir ataques aos líderes das milícias.

Ainda esta sexta-feira, o Tesouro norte-americano (ministério das Finanças) impôs novas sanções a um conjunto de empresas no Irão e em Hong Kong acusadas de ajudarem o Irão a garantir tecnologia para a produção de mísseis balísticos e 'drones'.

Os EUA também aplicaram sanções a seis responsáveis oficiais iranianos por alegarem ter cometido diversos ciberataques contra infraestruturas críticas nos EUA e em outros países.