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"Pensar na reconstrução durante a guerra é fundamental para a Ucrânia"

Numa altura em que a guerra continua e há um impasse no apoio financeiro, já se fala de paz e reconstrução na Ucrânia. Manuel Poêjo Torres, comentador SIC, analisa quem terá a missão de ajudar a reerguer o país, invadido pela Rússia há quase dois anos.

Zelensky
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Os ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e da Educação, João Costa, chegaram a Kiev e serão esta terça-feira recebidos por Volodymyr Zelensky. Numa altura em que a guerra continua e há um impasse no apoio financeiro, já se fala de paz e reconstrução na Ucrânia.

Manuel Poêjo Torres, comentador SIC, defende que é necessário olhar para o futuro, como forma de combater a insegurança que se criou entre a população ucraniana.

“A reconstrução de um Estado depois de uma guerra é essencial para a normalizarão da vida civil. Pensar na reconstrução durante a guerra é fundamental para alimentar esperança dos que combatem. (…) O sentimento de insegurança tem de ser dissipado lentamente pela esperança da reconstrução do Estado e da normalização da vida do quotidiano”.

E quando acabar a guerra, quem terá a missão de ajudar a reerguer o país?

“Há fundos russos que foram congelados. Naturalmente a Rússia nunca os utilizaria por escolha própria, teria de ser forçada a ajudar. Não se prevê que Putin mude a estratégia. Provavelmente serão os dinheiros públicos congelados pelos países ocidentais que vão patrocinar parte da reconstrução”, afirma Manuel Poêjo Torres.

Os líderes da União Europeia chegaram esta quinta-feira, 10 minutos após o início oficial do Conselho Europeu extraordinário em Bruxelas, a acordo sobre um apoio financeiro de 50 mil milhões de euros à Ucrânia, após um retrocesso húngaro.

Com as estimativas a indicarem que a Ucrânia, em guerra causada pela invasão russa há quase dois anos, pode perder liquidez a partir de março, esta cimeira europeia estava envolta em urgência e também frustração dos 26 líderes da UE face ao ceticismo húngaro.

Acabou por ser possível dar 'luz verde' a esta reserva financeira de 50 mil milhões de euros (dos quais 17 mil milhões de euros em subvenções) para os próximos quatro anos para reconstrução da Ucrânia pós-guerra, montante que será mobilizado consoante a situação no terreno.