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Após acusações de procurador, Joe Biden garante que a sua memória "está bem"

O procurador Robert Hur afirmou, num documento emitido no final da investigação, que Joe Biden mostrou uma "memória significativamente limitada" durante os interrogatórios realizados em 2023.

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O Presidente dos Estados Unidos defendeu que a sua memória "está bem", depois de o procurador especial Robert Hur afirmar horas antes que Joe Biden reteve intencionalmente documentos confidenciais quando era vice-Presidente.

O procurador afirmou, num documento emitido no final da investigação, que Joe Biden mostrou uma "memória significativamente limitada" durante os interrogatórios realizados em 2023.

O líder norte-americano disse que a sua memória está em boas condições, numa conferência de imprensa improvisada na Casa Branca, na quinta-feira. A idade avançada do Presidente dos EUA voltou a ganhar destaque na campanha eleitoral, na sequência de confusões de linguagem e dos comentários de Hur.

O democrata, de 81 anos tinha, em teoria, motivos para contentamento, depois do procurador especial, nomeado para investigar um caso de má gestão de documentos confidenciais, ter anunciado que não vai processar o Presidente norte-americano, candidato a um segundo mandato.

No entanto, o magistrado fez no relatório comentários politicamente devastadores para o atual chefe de Estado, em campanha contra o ex-Presidente Donald Trump, que há muito ataca Biden precisamente nas suas faculdades mentais e físicas.

De acordo com a agência de notícias France-Presse, Robert Hur argumentou que um júri teria dificuldade em condenar Joe Biden, retratando-o como um "homem mais velho, amigável e bem-intencionado, com má memória".

Biden acusado de se esquecer das datas em que foi vice-Presidente

Hur garantiu que, durante os interrogatórios, o Presidente esqueceu-se das datas em que foi vice-Presidente de Barack Obama e a data da morte de filho mais velho, Beau.

Os advogados do Presidente condenaram veementemente os comentários, que consideraram inadequados, argumentando que "este relatório utiliza uma linguagem altamente depreciativa para descrever o que acontece frequentemente às testemunhas: dificuldade em recordar acontecimentos que aconteceram há anos". Os adversários republicanos de Joe Biden reagiram imediatamente.

"Quando não temos as faculdades necessárias para sermos julgados [...] , certamente não temos as faculdades necessárias para estar na Sala Oval", afirmou o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, Mike Johnson.

"Um homem idoso com má memória não deve ter os códigos nucleares", disse Kevin Hern, congressista republicano de Oklahoma.O médico de Biden, num relatório muito detalhado publicado há um ano, descreveu-o como estando "com boa saúde".

Numa sondagem recente divulgada pela NBC, 76% dos eleitores inquiridos disseram estar preocupados com a capacidade física e mental de Joe Biden para cumprir um segundo mandato, em comparação com apenas 48% relativamente a Donald Trump.

Com Lusa