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Estados Unidos e China apelam a Israel que suspenda operação militar em Rafah

Benjamin Netanyahu ordenou ao exército que preparasse uma ofensiva no sul da Faixa de Gaza, onde se encontram 1,4 milhões de palestinianos. O primeiro-ministro israelita está determinado a entrar em Rafah.

Estados Unidos e China apelam a Israel que suspenda operação militar em Rafah
Ronen Zvulun

Os Estados Unidos voltam a pedir a Israel que evite uma ofensiva sobre a cidade de Rafah sem um plano humanitário prévio para a região. Também a China apela a Telavive que suspenda a operação militar “o mais rápido possível”.

A Casa Branca garante que não vai apoiar qualquer campanha militar israelita no sul da Faixa de Gaza, sem que sejam tidos em conta os mais de um milhão de refugiados presentes na região. Recorde que, no início do conflito, o Governo de Israel aconselhou os palestinianos a deslocarem-se para sul.

O primeiro-ministro israelita continua determinado em entrar em Rafah, a qualquer custo, para derrotar o Hamas. Benjamin Netanyahu ordenou ao exército que preparasse uma ofensiva na região, onde se encontram 1,4 milhões de palestinianos, segundo a ONU, mais de metade da população total do território.

Na segunda-feira, Netanyahu reiterou a determinação em continuar a "pressão militar até à vitória completa" sobre o movimento islamita palestiniano Hamas, que tem como "último reduto" Rafah, para libertar os reféns israelitas.

O Egito tinha já apelado a uma unificação de esforços para evitar a deslocação de palestinianos para o país. Ameaçou inclusive suspender o tratado de paz com Israel se as tropas israelitas forem enviadas para esta região da Faixa de Gaza.

Esta terça-feira, China juntou-se aos países que pedem a Israel para suspender "o mais rápido possível" a operação militar em Rafah, de forma a evitar uma catástrofe humanitária "ainda maior".

"A China está a acompanhar de perto a evolução da situação na região de Rafah e opõe-se e condena as ações que prejudicam os civis e violam o direito internacional", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado.

Pequim apela a Israel "para que termine a operação militar o mais rápido possível e faça tudo o que estiver ao seu alcance para evitar vítimas civis inocentes, de modo a evitar uma catástrofe humanitária ainda maior na região de Rafah", continuou.

UNICEF diz que situação humanitária está a piorar

A UNICEF diz que situação humanitária na Faixa de Gaza está a piorar. Mais de 8.000 crianças morreram desde o início do conflito e cerca de 17 mil crianças foram separadas das famílias. A organização apela a um cessar-fogo imediato no enclave.

“Há uma enorme escassez de água. Há um problema terrível de saneamento e higiene. E há um enorme problema de abrigo. Assistimos a um aumento alarmante das taxas de subnutrição infantil, e vemos isso em zonas às quais não podemos aceder”, afirma Hamish Young, coordenador da UNICEF em Gaza.

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Além dos problemas que encontram no terreno, Hamish Young acrescenta que “há muitas restrições” de material, nomeadamente “geradores, tubos, peças sobresselentes para as centrais de dessalinização e para os serviços de bombeamento de água”.

“As autoridades israelitas não nos permitem trazer essas coisas”, remata.