A polícia indiana lançou gás lacrimogéneo esta terça-feira para dispersar centenas de agricultores e apoiantes numa marcha de protesto até à capital, Nova Deli, para exigir melhores preços para os seus produtos, segundo reporta a Reuters.
A última ronda de protestos de agricultores ocorre poucos meses antes das próximas eleições, nas quais o primeiro-ministro Narendra Modi deverá conquistar o seu terceiro mandato.
Ainda assim, o seu governo quer evitar qualquer confronto com os agricultores, que nem sempre votam em bloco, mas que ainda gozam de uma influência considerável nas zonas rurais onde vive a maioria dos indianos.
A administração de Modi também pretende evitar a repetição de um protesto que durou um ano em 2020-21, quando os produtores forçaram o governo a revogar leis.
Porque protestam?
Os líderes sindicais agrícolas procuram garantias, apoiadas por lei, de mais apoio estatal ou de um preço mínimo de compra para as culturas.
O governo anuncia preços de apoio para mais de 20 culturas todos os anos para estabelecer um valor de referência, mas as agências estatais abrangem apenas arroz e trigo, sendo que beneficiam apenas cerca de 7% dos agricultores que cultivam essas culturas.
As agências estatais compram os dois produtos básicos a preços mínimos de apoio fixados pelo governo para criar reservas para gerir o maior programa de bem-estar alimentar do mundo, que dá a 800 milhões de indianos o direito ao arroz e trigo gratuitos. Isto custa anualmente ao governo 24,7 mil milhões de dólares.