O governo brasileiro chamou o embaixador em Israel de volta ao país. Um desdobramento da crise diplomática que começou durante uma viagem de Lula da Silva a países africanos, numa conferência de imprensa na Etiópia, no passado domingo, o Presidente brasileiro comparou a morte de palestinos em Gaza ao extermínio de judeus na Alemanha nazista.
O primeiro-ministro de Israel reagiu duramente à comparação com o holocausto, que já havia sido feita pelo presidente da Hungria, em dezembro do ano passado, com menores consequências.
Netanyahu disse que Lula ultrapassou uma linha vermelha. O governo israelita também convocou o embaixador brasileiro para um encontro no Museu do Holocausto, com a presença de jornalistas. Uma espécie de emboscada mediática, que está a ser considerada pouco diplomática.
O Governo brasileiro aguarda a volta do embaixador para definir quais serão as medidas a serem tomadas, diante da intensificação da guerra de palavras por parte de Israel, e até agora descarta a possibilidade de retratação.
A declaração de Lula teve pouca repercussão entre os líderes mundiais, num momento em que aumenta a pressão internacional sobre as ações em Gaza, até por parte de aliados históricos de Israel, como Estados Unidos.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, desembarca nesta terça no Brasil, para participar de uma reunião com chefes da diplomacia do G20, e tem previsto um encontro com o presidente Lula, onde devem tratar do conflito no Médio Oriente.