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A recomendação de Bruxelas a Medvedev: "Acompanhamento e cuidados mentais"

O porta-voz do chefe da diplomacia dos 27 apelidou, esta quinta-feira, de "eterno número dois" Dmitri Medvedev, a quem recomendou "cuidados mentais", na sequência das últimas declarações do ex-presidente russo sobre a expansão russa na Ucrânia.

A recomendação de Bruxelas a Medvedev: "Acompanhamento e cuidados mentais"
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Na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, quando questionado sobre as recentes declarações do vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, o porta-voz Peter Stano esclareceu que “habitualmente não comentamos todos os comentários estranhos, especialmente de pessoas que procuram desesperadamente atenção, sobretudo se forem o eterno número dois de alguma coisa”.

Vestindo uma t-shirt de apoio à Ucrânia, o porta-voz recorreu à ironia, considerando positivo que Medvedev "partilhe publicamente os diagnósticos sobre o seu estado mental", e acrescentou que o que se pode recomendar é "acompanhamento e cuidados mentais".

"Não tenho a certeza de que o Estado russo, com os milhares de milhões que desperdiçou nesta guerra ilegal contra a Ucrânia, possa atualmente dar-se ao luxo de investir alguma coisa em atenção social e saúde do seu povo", comentou.

No seu canal Telegram, Medveded afirmou na quarta-feira que "as tentativas de devolver à Rússia as fronteiras de 1991 só levarão a uma coisa: a uma guerra global com os países ocidentais utilizado a totalidade do arsenal estratégico do nosso Estado".

"Em Kiev, Berlim, Londres, Washington. A todos os outros belos locais históricos que há muito fazem parte dos objetivos de voo da nossa tríade nuclear", acrescentou.

Na imprensa russa, Medvedev especulou sobre os limites da Rússia: "Onde parar? Não sei. (...) Será Kiev? Sim, provavelmente deveria ser Kiev. Se não for agora, então daqui a algum tempo, talvez em alguma outra fase do desenvolvimento deste conflito".

O porta-voz de Borrell lembrou que os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 deixaram "muito claro" na passada segunda-feira, quando se reuniram em Bruxelas, que a União Europeia "está determinada que a Ucrânia continue com a sua legítima defesa contra a agressão [russa] , especialmente no momento em que se assinalam dois anos desde o início da invasão".

A mesma fonte assegurou que Borrell e os Estados-membros "estão a fazer tudo o que podem para fornecer à Ucrânia mais e mais rapidamente, não só enquanto for necessário, mas tudo o que for necessário", desde munições a equipamento militar, para que possa impor-se ao agressor.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.